Oftalmologistas divulgam nota para esclarecer câncer de filha de Leifert
Após a repercussão do vídeo publicado no sábado (29) por Tiago Leifert e Daiana Garbin sobre o câncer de sua filha Lua, de 1 ano, associações de oftalmologistas divulgaram uma nota de esclarecimento sobre a doença neste domingo (30).
De acordo com os médicos, o retinoblastoma, um tipo raro de tumor intraocular, não recebe a devida atenção do público e até mesmo das autoridades "em situações normais", por isso a divulgação da doença de Lua se torna uma janela de oportunidade para discutir a doença e ajudar no diagnóstico precoce.
A seguir, veja os esclarecimentos do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) e da SBOP (Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica):
1) O diagnóstico precoce desta forma de tumor, cuja origem está associada a fatores genéticos, é o melhor caminho para garantir seu tratamento adequado;
2) Neste sentido, o início dos cuidados começa ainda na maternidade, onde todo recém-nascido deve ser submetido ao "teste do olhinho" (teste do reflexo vermelho) até 72 horas de vida, sendo este o primeiro passo para a detecção de doenças oculares;
3) Após essa abordagem inicial, o "teste do olhinho" dever ser repetido pelo pediatra ao menos três vezes ao ano, nos três primeiros anos de vida da criança;
4) Na identificação de qualquer anormalidade, o paciente deve ser encaminhado para consulta com oftalmologista que aprofundará a investigação;
5) Para ampliar a proteção da saúde ocular das crianças, recomenda-se ainda que bebês de seis a 12 meses passem por um exame oftalmológico completo;
6) Posteriormente, entre três (idealmente) e cinco anos, esse mesmo bebê deve ser submetido a uma segunda avaliação oftalmológica;
7) Estes exames oftalmológicos completos são fundamentais para detecção precoce de problemas oculares que afetam a saúde ocular da população pediátrica;
8) Em caso de confirmação de diagnóstico de retinoblastoma, a criança iniciará tratamento que depende de vários fatores (localização e o tamanho do tumor, disseminação além do olho e possibilidade de preservação da visão);
9) Na condução de casos de retinoblastoma podem ser adotados diferentes procedimentos, como quimioterapia (intravenosa, intra-arterial, periocular e intraocular), terapia focal e métodos cirúrgicos;
As associações ainda alertaram que, para casos de doenças oculares confirmadas, os pais e responsáveis devem confiar apenas nos cuidados oferecidos por médicos, em especial por oftalmologistas. "Supostos tratamentos, como 'self-healing' ou prática de exercícios oculares não têm comprovação científica. Portanto, eles não servem para curar o retinoblastoma ou qualquer outra doença que afeta o aparelho da visão (glaucoma, catarata, doenças retinianas etc.)", diz a nota.
Segundo os médicos, "ao invés de conduzir à cura ou à melhora dos quadros clínicos, como sempre prometem, essas abordagens podem retardar o início de tratamentos corretos, aumentando as chances de comprometimento parcial ou total da visão e, em casos de tumores, até mesmo da vida do paciente".
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