Pacientes têm remissão de câncer por 10 anos com nova terapia, diz estudo
Uma terapia genética contra o câncer apresentou resultados animadores na análise de dois casos, segundo aponta um estudo publicado ontem na revista científica Nature ontem. A CAR-T Cell é uma terapia aprovada em 2017 pela agência reguladora dos Estados Unidos (FDA, em inglês) e, em ambos pacientes, houve uma remissão do câncer por uma década.
As terapias com células CAR-T consistem em um processo no qual as próprias células do paciente são "treinadas" para combater o câncer com maior efetividade. O método consiste na remoção de células imunes T, que atuam no sistema imunológico, para uma alteração genética em que elas sejam capazes de produzir proteínas que reconheçam as células cancerígenas e, por sua vez, sejam capazes de combatê-las. A técnica foi aprovada para tratar leucemias, linfomas e mielomas.
Uma das primeiras pessoas a testar o procedimento foi Doug Olson, que enfrentava uma leucemia linfocítica. A técnica foi implementada em 2010 e acompanhada por um estudo clínico desenvolvido por Carl June e David Porter, da Universidade da Pensilvânia, na Filadélfia.
Segundo recorda Olson, os resultados já eram positivos logo nos dias seguintes. "Ele [um dos médicos] disse: 'Doug, não conseguimos encontrar uma única célula cancerosa em seu corpo'. Eu estava bastante convencido de que tinha acabado com o câncer."
Dez anos depois, o resultado se mostrou ainda positivo e o câncer de Olson permanece em remissão. "Agora podemos concluir que as células T CAR podem realmente curar pacientes com leucemia", disse June à revista após a publicação do artigo.
Ainda, segundo o estudo, Olson e o outro paciente não apresentam mais sinais de leucemia. No entanto, ainda não está claro se a CAR-T Cell matem todas as células cancerígenas ou se elas apenas continuam a combater quaisquer células de leucemia antes de atingirem níveis significativos.
Os resultados animaram a comunidade científica. "O impacto potencial da CAR-T é tremendo", disse Nirali Shah, hematologista pediátrica do Instituto Nacional do Câncer dos EUA em Bethesda, Maryland, à revista Nature. Para ela, este estudo "fornece uma prova conceitual sobre a segurança de ter a longo prazo persistência e integração das células T no corpo".
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