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Andressa Urach tem parto prematuro; entenda quando é indicado

Andressa Urach dá à luz Leon, seu segundo filho - Reprodução/Instagram
Andressa Urach dá à luz Leon, seu segundo filho Imagem: Reprodução/Instagram

De VivaBem, em São Paulo

12/02/2022 11h29

Andressa Urach, 34, deu à luz ontem seu segundo filho, Leon, que nasceu de 34 semanas após a ex-modelo sofrer com problemas de pressão arterial durante a gestação. Apesar de ser considerado prematuro, o bebê passa bem e não precisou ficar na UTI. O menino nasceu no hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre.

Adriano Paião, ginecologista e obstetra, e conselheiro científico da ONG Prematuridade.com, explica que o caso de Urach é denominado como "parto prematuro terapêutico" e é decorrente de indicação médica para o nascimento antes de 37 semanas de gravidez, devido a complicações como doenças maternas ou fetais.

Segundo dados de 2014 publicados pela OMS (Organização Mundial de Saúde), esse tipo de prematuridade é responsável por 20% a 40% dos partos prematuros no mundo, variando conforme as condições de assistência médica locais.

"Uma das principais complicações que leva à interrupção da gestação por indicação médica antes do tempo ideal é a hipertensão (pressão alta)", ressalta Paião.

Dados do Boletim Epidemiológico publicado pelo Ministério da Saúde em maio de 2020 mostraram que a hipertensão foi a principal causa direta de morte materna dos óbitos ocorridos entre 1996 e 2018, seguida de hemorragia, infecção puerperal e aborto.

O médico explica que, quando a pressão está alta, provoca um esforço maior do coração para que o sangue seja distribuído corretamente pelo corpo. "Por isso, é de extrema importância que a gestante faça a aferição dos níveis pressóricos a cada consulta médica", salienta.

A pré-eclâmpsia ocorre pelo aumento da pressão arterial (igual ou maior que 140 x 90 mmHg), após a 20ª semana, associada à lesão de algum órgão alvo, como rins, fígado, cérebro, coração, entre outros.

"É mais comum nos extremos de idade e na primeira gravidez", pontua. "Para retardar o nascimento e evitar os efeitos da prematuridade, é possível manter a gestação até fases mais avançadas com uso de anti-hipertensivos. O controle deve ser mantido até 42 dias após o parto, pois as substâncias liberadas na placenta e que elevam a pressão arterial demoram a serem metabolizadas", acrescenta.

Especialistas apontam um aumento da prematuridade terapêutica em várias regiões do mundo nas últimas décadas.

"A questão pode estar associada com o aumento das doenças maternas cronicodegenerativas, como hipertensão, diabetes, síndrome metabólica, entre outras. Além disso, o perfil materno tem mudado, com a mulher engravidando mais tarde e com mais problemas de saúde. Obesidade, estresse, o consumo de álcool e fumo são outros fatores que contribuem para complicações durante a gravidez e que, por vezes levam à necessidade do parto prematuro terapêutico", salienta Paião.

Dependendo do grau de imaturidade, o recém-nascido precisará de tratamento, geralmente na UTI neonatal, para diminuir ao máximo a possibilidade de sequelas. "Esse é o grande problema da prematuridade, por isso, a prevenção é fundamental para evitar as sequelas, que podem impactar não só na idade infantil, mas até na fase adulta", destaca.

O conselheiro científico da ONG pontua que é de extrema importância esclarecer e conscientizar as gestantes sobre os fatores relacionados à questão: "É muito importante que haja um trabalho de prevenção em unidades primárias ou secundárias de saúde, com esclarecimentos e uma abordagem criteriosa para identificar precocemente o risco de complicações e promover intervenções para evitá-las", ressalta.

"E, para as mulheres, conversem com o ginecologista antes mesmo de engravidar. Ele poderá lhe dar conselhos muito úteis para que você inicie a gravidez de maneira saudável e evite um parto antes da hora", afirma.