OMS alerta sobre desigualdades no acesso ao tratamento do câncer infantil
No Dia Internacional do Câncer Infantil, a OMS (Organização Mundial da Saúde) destaca as desigualdades no acesso ao tratamento da doença pelo mundo.
Dados da agência apontam que, anualmente, 400 mil crianças e adolescentes de até 19 anos são diagnosticados com a doença. Os tipos mais comuns são leucemias, cânceres cerebrais, linfomas e tumores sólidos.
Cura
Em países de alta renda, onde há serviços acessíveis, mais de 80% das crianças com câncer são curadas. Já em nações de baixa e média rendas, o número cai para 30%.
De acordo com dados da agência, um enorme progresso na sobrevivência ao câncer infantil foi feito nas últimas décadas. A maioria pode ser curada com medicamentos e tratamento, incluindo cirurgia e radioterapia.
No entanto, estudos feitos pelo Escritório Regional da OMS na Europa mostram que há importantes lacunas no acesso ao tratamento e atendimento de pacientes jovens.
O relatório detalha que a taxa de sobrevida global aumentou nas últimas seis décadas, graças a novos medicamentos, diagnóstico precoce e acesso a cuidados.
No entanto, esse progresso não aconteceu em todo o continente. A diretora técnica sênior da OMS na Europa, Marilys Corbex, explica que a taxa de mortalidade varia de 9% a 57%.
Para ela, essa diferença escancara as desigualdades entre a população mais jovem e vulnerável. No estudo, foram avaliados mais de 50 países da Islândia ao Quirguistão.
Américas
A Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) destaca que a sobrevida média é de 55%. Os dados divulgados apontam que o câncer é a segunda causa de morte em pessoas de até 19 anos na região, que registra cerca de 29 mil casos por ano.
O diretor de doenças crônicas e saúde mental da Opas, Anselm Hennis, afirma que a maioria das crianças com câncer vive em países de baixa e média rendas.
Nesses locais, há desigualdades desde a detecção precoce até o acesso a tratamento de qualidade e cuidados paliativos. A Opas está promovendo uma iniciativa para dobrar a taxa global de cura do câncer infantil para 60% até 2030.
Atualmente, 13 países latino-americanos participam do projeto com planos nacionais de câncer infantil e maior acesso ao diagnóstico e tratamento, com assistência técnica da Opas.
Falta de diagnóstico
As mortes evitáveis por câncer infantil em países de média e baixa rendas são o resultado da falta ou imprecisão de diagnóstico, obstáculos ao acesso aos cuidados, abandono do tratamento, toxicidade e recaída.
Apenas 29% dos países de baixa renda relatam que os medicamentos contra o câncer são disponibilizados para suas populações, em comparação com 96% das nações de alta renda.
A OMS afirma que os dados disponíveis sobre o câncer infantil são necessários para impulsionar melhorias contínuas na qualidade do atendimento e para informar as decisões políticas.
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