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BBB 22: Linn da Quebrada usa creme com hormônios femininos; como funciona?

Equipe da participante do BBB 22 explicou que creme é usado para reposição hormonal - Reprodução: Globoplay
Equipe da participante do BBB 22 explicou que creme é usado para reposição hormonal Imagem: Reprodução: Globoplay

Sarah Alves

Colaboração para VivaBem, em São Paulo

16/02/2022 18h28

A equipe de redes sociais de Linn da Quebrada explicou o que é o creme que a participante do BBB 22 usa todos os dias no corpo. "É um hormônio feminino que compõe a terapia hormonal dela, gente. Prescrito por um médico e autorizado pela produção do programa", explicaram no Instagram da cantora.

O método é bastante conhecido, explicam especialistas ouvidos por VivaBem. "É um creme de alta absorção usado na pele, que consegue atravessar derme e epiderme para chegar à circulação", afirma Filippo Pedrinola, doutor em endocrinologia pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).

Esse tipo de reposição se chama uso hormonal transdérmico e também pode ser em forma de gel e adesivo, comum em transições de gênero e períodos da vida, como após a menopausa.

Pedrinola explica que as combinações funcionam como receitas manipuladas, combinando hormônios de acordo com as necessidades de cada pessoa. Nas transições de gênero, por exemplo, mulheres trans costumam usar inibidores de testosterona combinados a medicamentos para elevar os níveis de estrogênio.

"Para manter as características femininas, utiliza-se hormônio à base do estradiol, estrogênio. E nesse caso, seja gel ou creme, tem que passar todos os dias", afirma Alexandre Hohl, presidente do Departamento de Endocrinologia Feminina, Andrologia e Transgeneridade da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia). Outras reposições podem variar os tipos de hormônio, como progesterona e testosterona.

Cremes têm menos efeitos colaterais

A reposição hormonal também pode ser feita via oral, mas é menos indicada. Isso porque há riscos de mais efeitos colaterais, incluindo sobrecarregar o fígado e mudanças de colesterol.

"Via oral existe a primeira passagem hepática, quando cai no fígado, e depois na corrente sanguínea. E isso tem repercussões, como alteração de colesterol e predisposição à trombose", relata Lorena Lima Amato, endocrinologista membro da SBEM-SP (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - Regional São Paulo).

No método transdérmico, os hormônios vão direto para a circulação e agem nos receptores do corpo, sem passar pelo fígado. Por isso, explica Amato, a "fisiologia da absorção" dos cremes e géis é considerada melhor.