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CoronaVac tem 93% de eficácia contra internações de crianças, aponta estudo

Aloisio Mauricio/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Imagem: Aloisio Mauricio/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Leonardo Martins

De VivaBem, em São Paulo

17/02/2022 17h02

Um novo estudo conduzido no Chile, entre junho de 2021 e janeiro de 2022, concluiu que a vacina CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan no Brasil, pode prevenir mais de 90% as hospitalizações e internações em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de crianças de 6 a 16 anos que se vacinaram com duas doses do imunizante.

O estudo, que ainda será revisado por outros cientistas, contou com a condução do Ministério da Saúde do Chile, da Pontifícia Universidade Católica do Chile e da Universidade de Harvard, dos Estados Unidos, e foi publicado na revista científica The Lancet.

A pesquisa foi feita com uma amostra de dois milhões de crianças e jovens nessa faixa etária, que foram divididos entre os grupos vacinados com duas doses de CoronaVac e os não vacinados. Os resultados, entre os vacinados, foram os seguintes:

  • 74,5% de eficácia na prevenção de infecções pela doença;
  • 91% de eficácia contra hospitalizações;
  • 93,8% de eficácia contra internações em UTI.

Os autores explicam que nenhuma morte nessa faixa etária desse grupo foi reportada durante os estudos e, por isso, não há dados sobre a eficácia da CoronaVac na prevenção de mortes desses jovens e adolescentes.

Os cientistas também separaram as crianças entre 6 e 11 anos para outro recorte da pesquisa. Neste caso, os dados foram os seguintes:

  • 75,8% de eficácia contra infecções pela doença;
  • 77,9% de eficácia para prevenir hospitalizações.

Ainda de acordo com o estudo, nenhuma criança vacinada com a CoronaVac foi internada em UTI. Por outro lado, seis participantes não vacinados deram entrada em leitos de terapia intensiva.

Os pesquisadores também consideraram crianças com comorbidades como câncer, doença renal crônica, diabetes, doenças cardiovasculares, asma, entre outras doenças.

"Vacinar crianças e adolescentes contra o Sars-Cov-2 (vírus da covid-19) tem vários benefícios potenciais. Primeiro, previne casos de covid-19, doenças particularmente graves e mortes potenciais entre crianças com condições de saúde prejudicadas. Em segundo lugar, pode prevenir consequências a longo prazo da infecção", concluem os cientistas que conduziram o estudo.

Wellington Briques, diretor médico do Instituto Butantan, afirma que a análise atesta a eficiência do imunizante no público infantil.

"A amostra do estudo é bastante expressiva e demonstra que a CoronaVac é uma vacina segura e de perfil ideal para ser aplicada em crianças e adolescentes. Ver que, graças ao imunizante, essa população etária não chegou sequer perto de ficar em estado grave é mais uma comprovação de que, em breve, ela também poderá ser usada nos pequenos de 3 a 5 anos", disse.

Por ser desenvolvida na China, pelo laboratório Sinovac Biotech, a CoronaVac é alvo de fake news que jogam dúvidas e acusações sobre a eficiência da vacina desde que foi anunciada, em 2020. No entanto, a CoronaVac passou por testes e foi aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para uso em adultos, jovens e crianças.

O Instituto Butantan elaborou um dossiê de estudos científicos que comprovam a eficácia da vacina em crianças e adolescentes.