Estudo: passear com cachorro reduz riscos de problemas físicos e cognitivos
Os idosos que vivem na companhia de um cachorro têm menos risco de apresentar um problema de saúde, físico ou cognitivo, no futuro. A afirmação é de um estudo publicado nesta quarta-feira (23), no periódico Plos One.
Segundo os autores, o motivo seria a caminhada que os donos dos cães costumam fazer mais de uma vez por semana. Quem tem um gato, por exemplo, não sente o mesmo benefício.
"O passeio com cães é uma atividade física de intensidade moderada que parece ter um efeito protetor na redução do risco do aparecimento de limitações [físicas e mentais]", explicou um dos autores do estudo Yu Taniguchi, do Instituto Nacional de Estudos Ambientais em Tsukuba, Japão, ao site NewScientist.
Como o estudo foi feito
Os pesquisadores coletaram dados de 11.233 adultos, com idades entre 65 e 84 anos, do Japão. Eles perguntaram se eles tinham um gato ou cachorro. Ao longo de três anos e meio, entre 2016 e 2020, os cientistas acompanharam a qualidade de vida dos participantes, se eles apresentavam algum declínio cognitivo e/ou físico.
Para comparação, o estudo selecionou participantes que nunca tiveram um gato ou cachorro em casa.
Principais descobertas
Durante o período do estudo, 17,1% dos participantes desenvolveram algum problema relacionado à incapacidade física ou cognitiva, e 5,2% morreram.
Donos de cães que se exercitavam mais de uma vez por semana tinham cerca de metade da probabilidade de desenvolver uma deficiência em comparação com pessoas que nunca tiveram um cão —mesmo quando controlados por idade, sexo, renda e fatores de saúde, como tabagismo, dieta e doença cardiovascular.
Os donos de cães, por terem que levar seus companheiros caninos para passear, são quatro vezes mais propensos a cumprir as diretrizes de atividade física recomendadas do que as pessoas sem pets.
A equipe também descobriu que os participantes que possuíam cães anteriormente tinham cerca de 10% menos risco de um problema físico ou cognitivo, em comparação com aqueles que nunca tiveram um cão.
No entanto, os cientistas descobriram que possuir um cachorro não teve efeito sobre a probabilidade de as pessoas morrerem no período do estudo —e nem ter um gato. Além disso, o nível de interação social entre os donos de cães e seus vizinhos não apresentou efeito no resultado.
Por que o estudo é importante?
Segundo os autores, o artigo mostrou que a posse de um cão pode diminuir os riscos de problemas de saúde durante a velhice. A companhia do animal, assim como exercícios físicos regulares, desempenham um papel importante no envelhecimento.
Portanto, essa descoberta pode ser a chave para uma população idosa mais saudável, evitando o desenvolvimento de diversos tipos de doenças.
Agora, a equipe quer investigar os mecanismos físicos e psicológicos por trás do benefício da companhia dos cachorros. Eles também gostariam de examinar a relação entre a posse de cães em outros países, para estabelecer se essa é uma característica comum ou mais exclusiva do Japão.
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