Adolescentes que fumam, têm obesidade ou ansiedade envelhecem mais rápido

Um estudo mostrou que adolescentes que fumam diariamente, têm obesidade ou algum diagnóstico transtorno mental, como ansiedade ou depressão, envelhecem quase três meses mais rápido por ano. A pesquisa foi publicada no periódico Jama Pediatrics no dia 21 de fevereiro.

Para chegar aos resultados, 910 neozelandeses que nasceram entre 1972 e 1973 foram analisados até que completassem 45 anos. Quando eles tinham 11, 13 e 15 anos, os cientistas avaliaram se tinham asma, obesidade, algum transtorno psicológico ou se fumavam. Ao longo dos anos, dados de envelhecimento também foram coletados, como a velocidade ao andar, idade cerebral e facial.

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Ao final do estudo, concluiu-se que os participantes que tiveram quando adolescentes dois ou mais desses três problemas de saúde (obesidade, tabagismo, transtorno mental) andavam mais devagar (11,2 centímetros por segundo mais lentos), tinham uma idade cerebral mais avançada em dois anos e meio e uma idade facial mais avançada de quase quatro anos do que aqueles que não tinham essas questões quando mais jovens.

Ter asma quando adolescente não foi associado a um envelhecimento mais rápido na meia-idade. Os resultados permaneceram inalterados após o ajuste para fatores de risco na infância, como saúde precária, desvantagem socioeconômica e experiências adversas.

Por que esses fatores envelhecem?

Segundo os autores do estudo, o tabagismo, a obesidade e os transtornos mentais causam uma maior inflamação e estresse oxidativo ao organismo. Isso danifica células do corpo e pode provocar doenças a longo prazo.

Fumar também está relacionado a condições de saúde associadas ao envelhecimento biológico, como doença pulmonar obstrutiva crônica e câncer de pulmão. Pessoas com transtornos mentais são mais propensas a se exercitar menos ou ter uma dieta ruim —ambos associados a um envelhecimento acelerado.

Já a obesidade está relacionada a um risco maior de desenvolver AVC, alguns tipos de câncer, infecções, outras doenças crônicas (como diabetes) e à redução da expectativa de vida de três a 10 anos.

A asma ficou de fora, de acordo com os cientistas, porque na década de 1980 ela era melhor gerenciada do que as outras três condições —algo que pode ter mudado ao longo dos anos.

O estudo reforça a ideia de que o tratamento precoce para esses problemas ainda na adolescência pode ser bom para a saúde física e mental e para reduzir o risco de envelhecimento acelerado no futuro.