Uso incorreto de medicamentos pode levar a internações e até à morte
Os medicamentos administrados de forma errada podem afetar os pacientes com consequências imprevisíveis, que vão desde uma reação adversa a lesões temporárias ou permanentes, isso sem falar da morte do paciente, dependendo da gravidade.
Só para se ter uma ideia, cerca de 10% das internações hospitalares ocorrem em função do uso incorreto de medicamentos, segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde).
O professor Moacyr Luiz Aizenstein, do Departamento de Farmacologia do ICB-USP (Instituto de Ciências Biomédicas da USP), especialista no uso racional de medicamentos, diz que vários fatores devem ser levados em consideração, entre eles a comorbidade.
O especialista alerta que devem ser consideradas as características individuais do paciente, como peso, idade e até genética, diferenciando, por exemplo, os caucasianos de orientais.
Os fatores socioeconômicos devem ser levados em consideração também, porque muitas vezes o paciente pode não ter entendimento sobre o produto, além da falta de condições para comprar algum remédio. Nesses casos, é importante a receita de um produto genérico nas mesmas condições e qualidade.
Vale lembrar também que não são só os médicos que erram, a falha pode vir de farmacêuticos ou enfermeiros. Outro ponto negativo, que acaba se tornando um problema muito sério, é a automedicação.
Assim como aqueles pacientes que acabam interrompendo um medicamento no momento que mostram sinais de melhora, impedindo o prazo determinado pelo médico. O choque anafilático, segundo Aizenstein, é imprevisível, mas uma anamnese bem feita pode impedir um erro e possível internação.
Papel da Universidade
A Universidade tem um papel fundamental no combate às internações e erros médicos através do preparo dos alunos e cursos extensivos à comunidade. Com esse foco, será realizado o curso Farmacologia Clínica: Uso Racional de Medicamentos, no período entre 21 de março e 13 de junho de 2022.
Estão previstas quatro horas de atividades semanais, completando 52 horas para realização completa do curso em formato EaD.
O curso constará de 13 temas, que serão apresentados semanalmente na forma de aulas teóricas (vídeos), exercícios e salas de bate-papo, completando um período total de 13 semanas, e é destinado a profissionais e estudantes da área da saúde, que atuam na prescrição, dispensação, administração e vigilância de medicamentos, sempre tendo o foco nos fundamentos básicos para o exercício da farmacologia clínica, visando ao uso racional de medicamentos. As inscrições estarão abertas até o dia 10 de março, no site.
Em vários países do mundo, os prontuários ficam disponíveis on-line, o que impossibilita um erro na prescrição de remédios e consequentemente uma internação.
O uso incorreto de medicamentos mostra o despreparo de profissionais de países em desenvolvimento, como o Brasil. Só para se ter uma ideia, "os países ricos consomem 16% do orçamento destinado à saúde, enquanto que os pobres consomem 25% desse orçamento", avalia Aizenstein.
Para o especialista, 50% dos medicamentos prescritos não estão de acordo com a necessidade dos pacientes a que se destinam . No futuro, o uso do mapeamento genético na produção de remédios tornará possível obter a prescrição precisa para cada pessoa.
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