O que pode estar por trás da queda de cabelo e engrossamento dos pelos
Perda capilar acentuada, diminuição do volume, aumento da espessura dos pelos ou crescimento exacerbado são indícios de que a saúde precisa de atenção. Falta de vitaminas, desequilíbrio hormonal e, até mesmo, doenças que afetam mais de um órgão, como algumas autoimunes, estão na lista de disfunções que envolvem os fios em nosso corpo.
Cabelos e pelos possuem um ciclo determinado que inclui períodos fisiológicos de queda, mas voltam a crescer. É normal perder em torno de 100 a 150 fios diários, mais que isso indica alguma patologia, principalmente, se for intensa, duradoura e existirem falhas.
As alterações são percebidas mais em mulheres, com o crescimento de exemplares mais grossos na região supralabial (bigode), rosto em geral, abdome e mamilos. As oscilações do ciclo menstrual —gravidez, pós-parto e menopausa— estão entre as causas mais frequentes.
Já os homens têm pelos espalhados por todo o corpo, com exceção da palma das mãos, planta dos pés, glande do pênis e mucosas, sendo mais comum apresentarem algum tipo de alopecia. Nas crianças, o fato está relacionado à puberdade precoce e a alterações endocrinológicas.
"Qualquer distúrbio, internação ou doença aguda pode impactar a estrutura capilar, que é uma representação de uma situação sistêmica", afirma Karen Faggioni de Marca Seidel, médica endocrinologista e diretora do Defat (Departamento de Endocrinologia Feminina, Andrologia e Transgeneridade) da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia).
Em todos os casos, é preciso consultar-se com médicos para realizar o diagnóstico correto e o tratamento mais indicado. Muitas vezes, o indício capilar é apenas um dos sinais.
Problemas do próprio cabelo
A calvície (alopecia androgenética) tem origem genética e é mais frequente em homens e a falta de cabelos é percebida na parte superior e frontal da cabeça. Em mulheres, atinge a parte superior e a coroa da cabeça.
Já a alopecia areata consiste na perda brusca com áreas arredondadas, únicas ou múltiplas no couro cabeludo, barba, cílios e sobrancelhas.
Eflúvio telógeno —aumento da queda diária de cabelo devido ao estresse entre outros possíveis fatores, na versão aguda ou crônica cujo sintoma é a diminuição do volume no comprimento dos fios— e alopecias cicatriciais provocadas por processos inflamatórios do couro cabeludo são outras patologias.
Covid-19
A queda de cabelo após a covid-19 foi uma observação recorrente, principalmente, nas primeiras variantes, mas é temporária.
O processo inflamatório desencadeado afeta diversos órgãos e a perda dos fios é um sintoma passageiro. "Eles voltam a nascer, mas nada pode ser feito para evitar ou parar", explica Marcella Araújo, médica dermatologista, mestre em saúde integral, fellow em doença de cabelo na Universidade de Miami e supervisora da residência de dermatologia do Imip (Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira), no Recife.
Deficiência de macro e micronutrientes
Falta de minerais, vitaminas e dieta pobre em proteínas provocam queda difusa. Quando estão em níveis abaixo dos recomendados, cobre, zinco, ferro, vitamina D e B12 são que mais afetam as madeixas.
É importante verificar também as vitaminas C e E. "O uso da A para tratamento da perda capilar é um erro, pois seu excesso induz o problema", alerta Adriano Almeida, médico dermatologista, tricologista e presidente da SBC (Sociedade Brasileira do Cabelo).
Doenças autoimunes
Algumas das síndromes sistêmicas autoimunes —aquelas em que o sistema imunológico ataca as estruturas do próprio organismo— fazem com que o cabelo caia, como o lúpus eritematoso sistêmico e tireoidite de Hashimoto, entre outros sintomas.
Alterações hormonais
Qualquer alteração hormonal estimula a queda ou fios mais ralos, tanto em homens quanto em mulheres, por exemplo, aumento de testosterona ou oscilações na tiroide.
Síndrome do ovário policístico
A síndrome do ovário policístico ocasiona a elevação dos androgênios, que são os hormônios responsáveis pela masculinização e, no caso da mulher, afetam a libido e os pelos.
Seidel explica que a síndrome faz surgir penugens mais aparentes no rosto, abdome, peito e, às vezes, nas nádegas.
Medicamentos
O uso de alguns medicamentos, como psiquiátricos, acarreta alterações na estrutura dos fios e outros de uso contínuo levam ao crescimento incomum. É importante conversar sempre com o médico se observar mudanças significativas.
Processos químicos: tinturas e alisamentos
Os especialistas comentam que um dos principais motivos da queda capilar é o excesso de química, sem a associação de qualquer questão de saúde.
Fontes: Adriano Almeida, médico dermatologista, tricologista e presidente da SBC (Sociedade Brasileira do Cabelo); Karen Faggioni de Marca Seidel, médica endocrinologista e diretora do Defar (Departamento de Endocrinologia Feminina, Andrologia e Transgeneridade) da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) e Marcella Araújo, médica dermatologista, mestre em saúde integral, fellow em doença de cabelo na Universidade de Miami e supervisora da residência de dermatologia do Imip (Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira), em Recife.
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