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Dieta flexitariana: como aderir ao 'vegetarianismo que aceita carne'

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De VivaBem, em São Paulo

14/03/2022 07h00

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Não é de hoje que a dieta vegetariana é bastante conhecida e tem muitos adeptos. Porém, há pessoas que até gostariam de adotar, por diferentes motivos, uma alimentação sem produtos de origem animal, mas fazem isso por não se imaginarem viver sem nunca mais saborear um belo bife.

Uma solução nesses casos é a dieta flexitariana, espécie de vegetarianismo flexível, que tem como proposta excluir o consumo de proteína animal em alguns dias da semana, sem precisar abrir mão para sempre de consumir carne, frango, porco, leite...

Alessandra Luglio, nutricionista da SVB (Sociedade Vegetariana Brasileira), explica que não existe um padrão de consumo de alimentos de origem animal para definir o que é ou não um flexitariano. Se a pessoa se alimenta majoritariamente de fontes vegetais e consome carne só duas ou três vezes por semana, por exemplo, já entra na categoria.

Cuidados ao aderir

É importante ter em mente que não adianta deixar a carne de lado e errar nas substituições —trocar o bife e o filé de frango, por exemplo, por pão, macarrão, pizza, torta de palmito, esfirra de espinafre, lasanha de escarola, que são ricos em carboidratos refinados. Em excesso, esses alimentos podem levar ao ganho de peso e maior risco de doenças crônicas (diabetes, pressão alta).

Também não queira trocar tudo por seu correspondente vegetal industrializado: carne por hambúrguer, linguiça e bacon vegano; leite de vaca por bebida de soja etc. Muitas dessas opções são ultraprocessadas e cheias de aditivos (o que não é lá muito saudável). Além disso, você perde espaço no cardápio que poderia ocupar com vegetais in natura (altamente indicados pelo Guia Alimentar para a População Brasileira).

Para substituir a proteína de origem animal, foque em vegetais como feijão, lentilha, grão-de-bico, ervilha, que fornecem uma boa base proteica acompanhada de fibras e antioxidantes, importantes para o bom funcionamento do organismo e a redução do risco de diversas doenças, incluindo problemas cardiovasculares e câncer. Foque também no consumo de muitas verduras e legumes (brócolis, couve, espinafre, rúcula, cenoura, beterraba, pimentão, jiló...).

Por fim, é preciso colocar na balança o que existe na proteína animal que a vegetal não fornece na mesma medida, alerta o nutricionista Thiago Onofre, professor da UFBA (Universidade Federal da Bahia).

Um exemplo é o ferro, que, quando oriundo dos vegetais, é mais difícil de ser absorvido pelo organismo. Fontes dizem que mudar de repente a própria dieta, sem o acompanhamento de um profissional, pode levar à deficiência desses nutrientes, chegando a causar fraqueza, problemas de memória e até anemia. Portanto, busque orientação.

*Com informações de reportagem de Lívia Inácio

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