Além de perder peso: veja 9 razões para se consultar com um nutricionista
Muito se engana quem pensa que o nutricionista é o profissional exclusivo para elaboração de dietas para perda ou ganho de peso. A atuação abrange todas as faixas etárias com papel importante no tratamento de deficiências nutricionais, aquisição de novos hábitos, alergias alimentares e nutrição esportiva.
"O acompanhamento tem como objetivo buscar o bem-estar físico e nutrimental, por meio da seleção dos ingredientes mais saudáveis e adequados aos indivíduos em todos os ciclos da vida, da infância ao idoso", explica Vanessa Vieira Lourenço Costa, nutricionista e professora da Faculdade de Nutrição da UFPA (Universidade Federal do Pará).
É sempre bom lembrar que uma alimentação salutar e balanceada previne doenças —aumenta a imunidade, reduz infecções e beneficia a circulação—, melhora a qualidade de vida, eleva a energia e o humor, reduz o cansaço, retarda o envelhecimento e combate os efeitos do estresse.
"Dietas sem orientação levam a deficiências nutricionais, sobrecarga de órgãos, como rins e fígado, e comprometimento na imunidade, além de afetarem o desempenho no trabalho, nos estudos e nas rotinas diárias", pontua Costa.
A seguir, confira os motivos para buscar a orientação de um nutricionista.
1. Você pode fazer um plano personalizado
Pessoas que estejam em busca de refeições mais saudáveis e equilibradas podem montar um plano alimentar personalizado, respeitando gostos e horários. Trata-se de uma prescrição dietética individualizada, elaborada de acordo com o peso, estatura, necessidades calóricas, distribuição de macronutrientes, patologias, restrições de nutrientes, bem como os costumes, preferências e objetivos.
A professora da UFPA relata que esses procedimentos resultam em significativo custo-benefício, com manutenção da saúde e sem gastos excessivos.
2. Profissional ajuda na reeducação alimentar
"A reeducação alimentar é o ato de modificar comportamentos alimentícios com o objetivo de solucionar doenças, emagrecer ou até mesmo evitar o efeito sanfona, que consiste em perda e ganho de peso recorrente", fala Dani Borges, nutricionista e educadora física.
As recomendações são feitas por meio de planos flexíveis, nos quais as quantidades de nutrientes são calculadas individualmente. "É importante ressaltar que a preferência por produtos com baixas calorias e balanceados deve continuar por toda a vida", enfatiza a professora da UFPA.
3. Dieta vegetariana sem falta de nutrientes
Segundo a SVB (Sociedade Vegetariana Brasileira), o vegetarianismo é o regime alimentar que exclui os produtos de origem animal. Já o veganismo, na definição da Vegan Society, é um modo de viver que busca excluir, na medida do possível e praticável, todas as formas de exploração e crueldade contra os animais, seja na alimentação, no vestuário ou em outras esferas do consumo.
Entretanto, é preciso saber como manter a dieta equilibrada, sem deixar nutrientes de fora. Um nutricionista pode ajudar na seleção de alimentos fontes de nutrientes essenciais, com bom aporte de vitaminas e minerais.
A professora da UFPA considera que a dieta vegetariana é substancial quando planejada de forma correta e prescrita por um nutricionista. "Os vegetarianos consomem maiores quantidades de frutas e vegetais, cereais integrais, assim como vitaminas antioxidantes (C, E e carotenoides) e ingredientes funcionais", diz.
4. Prevenir deficiências nutricionais
Não consumir quantidades essenciais de alguns nutrientes pode trazer problemas sérios à saúde. Um exemplo clássico é a anemia, causada pela deficiência de um ou mais nutrientes essenciais, como vitamina B12, ferro e zinco. Seus sintomas são fraqueza, sonolência, tontura, palidez e cansaço generalizado. "É um quadro clínico muito comum e que pode causar danos severos ao corpo e à saúde quando não tratada. Uma dieta desequilibrada, cirurgias, perda expressiva de sangue e predominância de consumo de produtos processados são fatores desencadeadores", informa Borges.
Para evitar as carências de substâncias essenciais para o bom funcionamento do organismo, o prato precisa ser variado e bem colorido, com fontes de carboidratos, proteínas, gorduras boas, fibras, vitaminas e minerais. Um nutricionista pode ajudar a indicar as carências do paciente e até indicar suplementação.
5. Contornar alergias alimentares, intolerâncias e restrições
Após o correto diagnóstico feito por médicos, Borges explica que dietas restritivas por condições de saúde, como a doença celíaca, que exige excluir o glúten da dieta, devem ser definidas por especialistas em nutrição.
"O nutricionista colabora na conquista de hábitos saudáveis, principalmente em famílias que vivenciam alguma dificuldade alimentar, por exemplo, diabetes tipo 1, a fim de que seja superada e não se torne mais grave e crítica. As restrições drásticas afetam o desenvolvimento e a execução de atividades básicas", enfatiza Viviane Laudelino Vieira, nutricionista do CRNutri (Centro de Referência para a Prevenção e Controle das Doenças Associadas à Nutrição) da FSP-USP (Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo).
6. Ajuda na gestação e introdução alimentar da criança
A atuação do nutricionista na saúde da criança começa com o cuidado da alimentação da mãe antes mesmo da gestação. O incentivo a hábitos saudáveis e a manutenção de um peso adequado permitem um menor risco de carências substanciais e de doenças relacionadas à alimentação durante o período gestacional.
Após o nascimento, o nutricionista acompanha mãe e filho, promovendo e incentivando o aleitamento materno: etapa fundamental devido aos benefícios ao sistema imunológico, digestivo e metabólico do bebê, além da saúde da mãe.
Na fase de introdução alimentar, Vieira comenta que o nutricionista é o profissional com mais habilidade para auxiliar, em relação à variedade, consistência dos alimentos e formas de preparo.
7. Dieta de idosos
Nessa faixa etária, avaliam-se as mudanças orgânicas, fisiológicas e metabólicas decorrentes do processo de envelhecimento, como no trato digestivo, na composição corporal e nas alterações secundárias —deficiência visual, de olfato e do paladar, redução de dentes, diminuição da secreção gástrica, imunodeficiência e dificuldade de ingestão. A professora da UFBA esclarece que a perda da sensação de paladar e a ausência total ou parcial de dentes e/ou o uso inadequado de próteses acarretam prejuízos na mastigação, reduzindo a ingestão de alimentos, como carnes, frutas, verduras e legumes crus.
Além disso, ocorrem a diminuição progressiva da massa magra (água, tecido ósseo e muscular), a redução de água corporal que afeta execução de exercícios físicos e a necessidade calórica, que tende a cair.
As doenças associadas —infecções, insuficiência cardíaca, renal, diabetes, doença pulmonar obstrutiva crônica, má absorção intestinal de nutrientes, entre outras—, alterações socioeconômicas, como menor renda, solidão, isolamento, e interação com medicamentos são analisadas para a elaboração de um cardápio personalizado.
8. Auxílio nos treinos
Para obter melhor rendimento e resultado nos treinos, um nutricionista pode ser importante. "É essencial adequar o prato às calorias gastas no treino", diz Borges. Além disso, muitos começam a tomar suplementos ao começar a prática de exercícios, o que pode ser perigoso se feito sem prescrição. "Consumir suplementos por conta própria é prejudicial. O uso inapropriado desencadeia uma série de problemas, como arritmia cardíaca, alteração da pressão arterial, insônia, sonolência e até mesmo ansiedade", alerta a nutricionista e educadora física.
9. Obesidade e cirurgia bariátrica
Costa comenta que a cirurgia bariátrica é indicada no controle e tratamento da obesidade severa, com resolução ou melhora acentuada de doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão arterial sistêmica, diabetes e dislipidemia (níveis altos de gordura no sangue). O acompanhamento nutricional nas cirurgias bariátricas é iniciado na fase pré-operatória, a fim de identificar e tratar distúrbios nutrimentais.
"No pós-operatório, são realizados monitoramentos do estado nutricional com o objetivo de minimizar as possíveis deficiências, ou o reganho de peso, e identificar erros de ingestão. São prescritos planos individualizados com o intuito de garantir o consumo adequado, prevenir deficiências nutricionais e promover uma perda de peso sadia", afirma a professora da UFPA.
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