Dia Mundial da Felicidade: o que é o sentimento e como cultivá-lo?
Hoje (20) é celebrado o Dia Internacional da Felicidade, data comemorada desde 2013, quando foi instituída pela ONU (Organização das Nações Unidas). O dia foi inspirado pelo Reino do Butão, localizado entre a China e a Índia, que promove o conceito de Índice da Felicidade para medir bem-estar socioeconômico e o PIB (Produto Interno Bruto).
Todos os anos também, a ONU financia o Relatório Mundial da Felicidade, com indicativos medidos em vários países. A última edição, apresentada na sexta-feira (18) apontou a Finlândia como o país mais feliz do mundo. O Brasil é o 39º colocado, duas posições à frente em relação ao último levantamento.
O que é felicidade?
De acordo com a pesquisadora Carla Furtado, fundadora do Instituto Feliciência, é preciso lembrar que o conceito de felicidade significa mais do que um estado de euforia ou alegria. "A felicidade é uma construção, feita ao longo da vida, baseada na percepção das emoções positivas que vivemos e no propósito de vida que temos", afirma.
Assim, é possível ser feliz mesmo em tempos nebulosos a partir do momento que buscamos ativamente por coisas e pessoas que nos tragam sentimentos positivos, de pertencimento e conexão. "Isso é uma construção diária, uma habilidade que adquirimos treinando todos os dias", afirma. "Ser feliz é esse caminho que vamos construindo, não o destino final", avalia.
Esse "treino mental" é importante pois nosso cérebro tende naturalmente a ver sempre o lado negativo das situações. É o famoso "viés da negatividade", uma ferramenta evolutiva que nos ajudou a sobreviver sempre nos preparando para o pior cenário possível.
Para ajudar nesse processo, ela sugere a elaboração de um "caderno da gratidão": nele, você deve anotar três coisas que aconteceram no dia e que provocaram um sentimento positivo. "Isso favorece os circuitos neurais de aprendizado que reforçam nossa percepção das perspectivas positivas", diz a especialista.
Adaptação cerebral
De acordo com a neuropsicóloga Juliana Gebrim, outras atividades também podem fortalecer o aprendizado cerebral, favorecendo essa adaptação. "Celebrar pequenas vitórias, por exemplo, mesmo as que passariam desapercebidas, nos ajuda a focar no aspecto positivo da vida", afirma.
Ela ainda recomenda algumas técnicas de "neuróbicas", uma espécie de ginástica do cérebro, para favorecer o aprendizado: vestir-se de olhos fechados, escrever com a mão que não está acostumado ou andar de costas, por exemplo.
Gebrim incentiva a prática de atividades físicas para manter as saúdes mental e emocional em dia. E, caso as situações do dia a dia ainda provoquem muita angústia, é aconselhado buscar ajuda profissional. "A psicoterapia é uma ferramenta que auxilia a encontrar a felicidade e alcançar bem-estar emocional e físico, além de te ajudar a ter mais autoconhecimento, autoestima e confiança."
*com informações de reportagem publicada em 20/03/21
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