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Equilíbrio

Cuidar da mente para uma vida mais harmônica


Arthur diz que desconta emoções na comida; entenda o que é a fome emocional

Reprodução/Globoplay
Imagem: Reprodução/Globoplay

Bruna Alves

Do VivaBem, em São Paulo

23/03/2022 11h14

Durante a madrugada do último jogo da discórdia do "BBB 22", Arthur Aguiar comentou em conversa com seus aliados que faz da comida uma válvula de escape quando não está bem emocionalmente. "Desconto muito na comida. Se comesse e ficasse bem com essa decisão, tudo bem, mas fico mal."

Segundo especialistas, comer por pura ansiedade ou até mesmo tristeza é bem comum, mas pode trazer sérios problemas que vão além do ganho de peso. Ao contrário da fome física, que sinaliza a necessidade de se alimentar para que o organismo realize de forma eficiente as inúmeras reações químicas para seu bom funcionamento, a chamada fome emocional ou endêmica está ligada ao prazer e consentimento.

No nosso cérebro acontece uma reação no chamado centro do prazer —sistema que é ativado quando estamos com fome e ingerimos comidas calóricas. Ele faz com que o órgão receba informações e interprete-as dessa forma: "vai em frente que é gostoso". Após esse sinal, um tipo de circuito é acionado e nos faz comer apenas aquilo que proporciona bem-estar.

Como não cair nessa?

O ideal é estabelecer uma rotina igual a que tinha antes e tentar colocar horários para as refeições. Se consumia café da tarde, pode continuar com ele, mas opte por opções saudáveis. Também é importante reduzir a ingestão de açúcar, gorduras e optar, sempre que possível, por alimentos ricos em água e fibras, que promovem maior saciedade.

Além disso, faça o exercício dos dez segundos: abra a geladeira, pense e reflita se você deseja comer determinado alimento. Se questione se é uma vontade apenas ou se realmente está com fome. Caso esteja faminto, prefira alimentos saudáveis, como oleaginosas, frutas ricas em água (melão e melancia, por exemplo), iogurtes, entre outros.

Principal problema é o hábito, a frequência

Não há nada de errado em desejar uma fatia de bolo de chocolate após uma situação estressante, buscando no alimento conforto para compensar um dia difícil. Afinal, o alimento tem muitos papéis, além do nutricional, e fica impossível distanciá-lo das emoções.

É natural, portanto, expressar sentimentos —negativos e positivos— por meio do alimento. "É importante entender que nem toda fome emocional é ruim ou adoecida, mas a repetição e a persistência desse tipo de padrão alimentar podem propiciar uma forma distorcida ao confrontar as emoções", alerta Maria Francisca Mauro, mestre em psiquiatria pelo Propsam-UFRJ (Programa de Pós-Graduação em Psiquiatria e Saúde Mental do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro), com especialização na área de transtornos alimentares e obesidade.

Não é possível encontrar solução para os problemas na geladeira ou naquela caixa de bombons. Por conta disso, devemos aprender a criar uma conexão com o corpo para conseguir identificar esses gatilhos emocionais.

Mas é importante dizer que a fome não é uma vilã e mesmo o comer emocional não deve ser visto como algo errado, gerando medo e culpa, alerta Luciana Gonçalves de Orange, doutora em nutrição e professora associada da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco).

*Com informações de reportagens publicadas em 06/07/2020 e 27/10/2021.