Câncer colorretal atinge mais 40 mil pessoas por ano no país; saiba mais
O mês de março é marcado pela conscientização mundial do câncer colorretal, o terceiro tipo mais comum no Brasil, de acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer). Os dados estimam o surgimento de mais de 40 mil novos casos por ano no país. A doença atinge indistintamente homens e mulheres.
O tumor surge no intestino grosso e no reto, e em 90% dos casos se origina a partir de um pólipo adenomatoso que, ao longo dos anos, passa por alterações progressivas em suas células. Por isso, a principal forma de prevenção do câncer colorretal é o rastreamento através de exames diagnósticos, mirando a detecção e retiradas dos pólipos antes de se degenerarem em câncer.
Segundo Rogério Kuga, diretor do Sistema de Excelência em Gastroenterologia e coordenador da área de Endoscopia Digestiva da Rede Americas, para diminuir a possibilidade do câncer colorretal, orienta-se estar em dia com as consultas médicas e ter atenção aos sinais de alarme.
"É crucial estar atento aos sinais fora do comum que podem surgir como: sangue nas fezes, alteração na rotina intestinal, dor ou desconforto abdominal, fraqueza e anemia, perda de peso sem causa aparente, alteração na forma das fezes ou massa abdominal. O câncer colorretal é uma doença silenciosa e a colonoscopia é o melhor método de rastreamento e vigilância, pois permite não somente o diagnóstico, mas também a terapêutica através da ressecção das lesões passíveis de tratamento endoscópico. Quanto mais precoce for o diagnóstico e o tratamento, maiores as chances de cura para o paciente", explica Kuga.
O especialista ainda reforça alguns hábitos saudáveis como medidas de prevenção, entre eles: evitar o tabagismo e o uso de bebidas alcoólicas, praticar atividade física com regularidade; ter uma alimentação rica em fibras e livre de alimentos ultraprocessados e açúcares, e com ingestão reduzida de carnes vermelhas.
O câncer colorretal tem cura e as chances são inteiramente relacionadas à fase em que o tumor é diagnosticado, e a probabilidade pode variar de 10% a 95%. Segundo o Radar do Câncer, 75% dos casos diagnosticados em 2021 foram em fases mais avançadas da doença. Após o tratamento, é indispensável o monitoramento para eventuais reincidências de forma precoce.
O Oncoguia traz 6 coisas que todo mundo precisa saber sobre a doença:
1. É o segundo tipo de câncer mais frequente em homens e mulheres: 20.520 homens e 20.470 mulheres —estatísticas do Inca para casos diagnosticados por ano no Brasil.
2. Sim, você precisa prestar atenção nas suas fezes. Sem tabu e sem frescura: é muito importante que você observe as suas fezes. Preste atenção também no seu hábito intestinal: mudou? Está muito variado? Ou seja, o seu cocô ficou diferente e permanece assim? Converse com o seu médico! Você pode procurar um proctologista ou um clínico geral.
3. A colonoscopia é o exame que previne o câncer colorretal. Isso é muito importante! O procedimento dura de 15 a 30 minutos e o paciente é sedado para evitar qualquer desconforto. Se você tem mais de 50 anos ou se tem casos da doença na família, converse com seu médico e faça exames de rotina.
4. Nem todo paciente com câncer colorretal usa bolsa de colostomia. E nem toda bolsa de colostomia é definitiva. Atualmente, com o avanço das técnicas cirúrgicas e das opções de tratamento, as colostomias não são uma opção frequente e quando necessárias, são muitas vezes temporárias.
5. Ter um pólipo não significa ter câncer colorretal. Os pólipos podem ser benignos ou pré-cancerígenos, mas em alguns casos, se não forem retirados, podem se tornar malignos. Os pólipos são retirados durante a colonoscopia.
6. Ficar longe de salsichas, salames, linguiça e outros é fundamental na prevenção do câncer colorretal. Cuidar da sua alimentação é cuidar da sua saúde.
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