Suspeita na Ucrânia: quais os sintomas de envenenamento?
O oligarca bilionário Roman Abramovich e dois negociadores ucranianos apresentaram sintomas de envenenamento após uma reunião em Kiev, na capital da Ucrânia, no início de março, relatou o jornal The Wall Street Journal. Eles melhoraram e não correm risco.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, confirmou que o dono do Chelsea "participou das negociações no estágio inicial" em Moscou, Lviv e outros locais de negociação. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que se encontrou com Abramovich, não teria sido afetado.
Os Estados Unidos dizem que o risco de um ataque russo com armas químicas é "real". Mas especialistas que investigaram o caso afirmaram que é difícil determinar se os sintomas foram causados por agentes químicos, biológicos ou algum tipo de radiação eletromagnética.
Entre os sintomas relatados, estão olhos vermelhos, lacrimejamento constante e doloroso, descamação da pele do rosto e das mãos. As informações são de pessoas familiarizadas com o incidente, diz o Wall Street Journal.
Sintomas típicos de envenenamento são:
- alterações de consciência,
- alterações de equilíbrio
- alterações de visão
- alterações de frequência cardíaca
- alterações de respiração
- alterações de temperatura corporal
- dores
- náuseas
- diarreia
- asfixia
- irritação de pele
- queimação em mucosas (boca, garganta, esôfago)
Isso, em geral, ocorre por ingestão, penetração, absorção e inalação de substâncias venosas, como medicamentos, alimentos, plantas, produtos químicos e até animais peçonhentos.
Quase qualquer substância química engolida ou inalada em superdosagens (produtos de limpeza, higiene e industriais, tintas, solventes, remédios) acaba sendo perigosa. Algumas, fora as alterações que causam no organismo, também podem queimar, desde lábios e vias aéreas até estômago e pulmões, e são classificadas como cáusticas ou irritantes. Provocam dores intensas, dificuldade em engolir, tosse, falta de ar, enjoo e queda de pressão arterial.
Para saber a gravidade, deve-se analisar, junto à presença dos sinais e sua intensidade, se possível:
- a duração do tempo de exposição ao agente (quanto maior, maiores os efeitos),
- sua concentração (se o dano se deu por muito ou por pouco),
- sua toxicidade (alguns agentes são mais tóxicos que outros, mesmo em iguais concentrações),
- sua natureza (se é gás, líquido, vapor),
- e a suscetibilidade individual (algumas pessoas são mais sensíveis que outras).
Quando a pessoa é envenenada, precisa passar por avaliações, exames, monitoramentos (pois o indivíduo pode ter algumas complicações de risco em questão de minutos ou poucas horas), receber antídotos, medicamentos para os sintomas, ou oxigênio se estiver com a saturação baixa, além de fazer uma lavagem gástrica ou desintoxicação.
Casos graves podem exigir hemodiálise, tratamento para insuficiência hepática e até transplantes.
Não é o primeiro caso
Líder da oposição ao governo de Vladimir Putim, o ativista Alexei Navalny recebeu tratamento durante vários meses na Alemanha depois de sofrer um envenenamento em seu país em 2020.
Ele foi envenenado e entrou em coma quando retornava de uma viagem para a Sibéria.
Três laboratórios europeus concluíram que o opositor foi envenenado com um agente nervoso do tipo Novichok, desenvolvido na época soviética, uma conclusão que foi confirmada pela OIAC (Organização para a Proibição de Armas Químicas), apesar de Moscou negar as afirmações.
Em julho de 2019, quando cumpria uma curta pena de prisão, também afirmou ter sido "envenenado com um material químico desconhecido" e foi transferido para um hospital. As autoridades citaram uma "reação alérgica" e afirmaram que não encontraram nenhuma substância tóxica".
Outro opositor russo Piotr Verzilov foi hospitalizado em setembro de 2018 depois de passar mal ao sair de uma audiência em um tribunal de Moscou. Ele foi levado em estado grave para Berlim, onde permaneceu vários dias hospitalizado. (Com agências internacionais)
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