Beijo bom é beijo saudável: veja mitos e verdades sobre beijo na boca
Beijo na boca bom é aquele beijo que encaixa, que deixa um gostinho de quero mais. Um beijo bem dado é capaz de deixar você nas nuvens, suspirando pelos cantos, já que consegue inundar o cérebro de hormônios —e também ajudar a gastar umas calorias.
Um beijo apaixonado pode movimentar até 29 músculos ao mesmo tempo e, se for daqueles bem intensos, fazer você gastar até 12 calorias. O coração pode chegar a bater 150 vezes por minuto.
Mas para garantir um beijo bom, é importante manter uma boca saudável. Por isso alguns especialistas revisam alguns mitos e verdades:
Cáries
Ao contrário do que se achava, as cáries não são transmitidas por meio da troca de saliva. A ideia foi descartada, uma vez que uma cárie surge de um desequilíbrio do processo de desmineralização e remineralizarão do esmalte dentário e por causa da de placa bacteriana.
Herpes
Maria beijou Eli, que beijou Natália. Eli estava com herpes. Maria e Natália podem pegar a infecção? Sim! O risco de transmissão é ainda maior se a doença estiver ativa, ou seja, com feridas e bolhas na boca —como no caso de Eli, do "BBB 22".
Apesar de a maioria da população provavelmente ter o vírus e ser um problema muito comum, é importante ficar atento antes de sair beijando qualquer boca por aí.
Higiene bucal
Para garantir um beijo gostoso de verdade, é importantíssimo manter a higiene bucal em dia. Além de proporcionar um hálito fresco, manter a boca limpa reduz a carga de agentes microbianos, o que diminui o risco de transmissão de germes pela saliva.
Chama acesa
No quesito fisiológico, o beijo ativa vários dos sentidos, como o olfato, o paladar e o tato. O ato consegue enviar sinais para uma área do cérebro que causa a liberação de neurotransmissores.
"Porém, os efeitos que sentimos e a intensidade dependem do tipo de neurotransmissor e dos neurônios sobre os quais atuam", diz Renata Ferreira Sgobbi, neurocientista e pesquisadora do LNN (Laboratório de Neuroanatomia & Neuropsicobiologi) da FMRP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto) da USP (Universidade de São Paulo).
A especialista destaca os principais neurotransmissores que são estimulados pelo beijo:
- Dopamina: responsável pela sensação de prazer, bem-estar, desejo, alegria. Ela ativa o sistema de recompensa, sendo importante para a formação de laços e, especialmente, por fazer do amor uma experiência gratificante;
- Serotonina: responsável pela excitação e otimismo;
- Epinefrina: responsável por aumentar a frequência cardíaca;
- Ocitocina: também conhecida como "hormônio do amor", tem propriedades calmantes, responsável pela sensação de afeto e confiança.
Veja alguns estímulos provocados pelo beijo:
- Emocionais: ligados ao prazer, relaxamento, carinho, bem-estar, atenção, euforia, fortalecimento de vínculos, alívio da ansiedade e estresse;
- Orgânico: ocorre uma troca intensa de estímulos sensoriais associados à capacidade inconsciente de coletar informações importantes sobre a outra pessoa;
- Físico: beijar movimenta vários músculos do corpo, além de melhorar a pressão sanguínea.
É importante diferenciar os tipos de beijo
Em todos os contextos, o beijo demonstra algum tipo de afeto. Mas existem diferenças importantes entre o beijo familiar, social, romântico e até mesmo erótico.
Normalmente, todos os tipos são carregados de significados e ligados a bons sentimentos. Por isso ele é muito importante para manter os laços afetivos entre as pessoas, não só em relações amorosas.
"O beijo traz conforto, confiança e sensação de plenitude. Portanto, é o meio ideal para estabelecer vínculos de união, amor e de desejo", conclui a neurologista e psicóloga da AmorSaúde.
Fontes: Celso Lemos, cirurgião-dentista e professor do departamento de estomatologia da Faculdade de Odontologia da USP; Camila de Barros Gallo, professora doutora na disciplina de Estomatologia Clínica da FOUSP; Crosp (Conselho Regional de Odontologia de São Paulo).
*Com informações de reportagem publicada no dia 11/10/2021.
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