Estudo: dieta mediterrânea reduz o risco de pré-eclâmpsia; veja benefícios
Um estudo da Universidade Johns Hopkins (EUA) adotar durante a gravidez uma dieta mediterrânea, rica em alimentos in natura, pode reduzir o risco de pré-eclâmpsia (hipertensão gestacional) em ao menos 20%.
A pesquisa foi publicada no JAHA (Jornal da Associação Americana do Coração, na tradução do inglês) e analisou 8.507 mulheres que deram à luz no Boston Medical Center. Os pesquisadores consultaram prontuários para rastrear as condições pré-existentes e quadros de pré-eclâmpsia, e as gestantes responderam entrevistas e questionários com suas informações sociodemográficas e de dieta na gestação.
No total, 848 mulheres tiveram pré-eclâmpsia. "É um quadro de hipertensão gestacional após a 20ª semana, que acomete cerca de 5% das grávidas. A paciente apresenta aumento dos níveis pressóricos e proteinúria [excesso de proteínas na urina]", explica Carla Delascio, ginecologista e obstetra do Centro de Medicina Integrativa do Hospital e Maternidade Pro Matre Paulista (SP).
A pré-eclâmpsia pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares de longo prazo, como hipertensão crônica e insuficiência cardíaca. Filhos de gestantes com a condição também podem apresentar as alterações.
Alguns fatores aumentam a predisposição à pré-eclâmpsia, como:
- Antecedente de hipertensão crônica e/ou pré-eclâmpsia em outra gravidez;
- Obesidade;
- Casos na família;
- Doenças autoimunes;
- Raça (pessoas negras têm maior predisposição. O estudo apontou 78% mais risco nas mulheres negras que não adotaram dieta baseada em alimentos in natura);
- Idade avançada.
O que é dieta mediterrânea e quais os benefícios?
Esse estilo de alimentação, tradicionalmente seguido pelos povos da Grécia, Itália, França e Espanha, é rico em verduras, frutas, legumes, grãos integrais, castanhas, azeite e proteínas magras (especialmente peixe). No menu, também está liberado consumir com moderação carne vermelha, queijos e outros derivados do leite.
Alimentos ultraprocessados, doces, carboidratos refinados e fast-food não entram no cardápio. O alto consumo desses alimentos pode trazer problemas à saúde materna e do bebê, como doenças metabólicas (diabetes e hipertensão, por exemplo) e causar carência nutricional, que, dependendo das proporções, interfere no crescimento fetal, quantidade de líquido amniótico, aumentando o risco de prematuridade.
*com informações de reportagem publicada em 17/01/22
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