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Insegurança alimentar aumenta risco de desenvolver diabetes, aponta estudo

Estudo analisou dados de 4.000 adultos dos EUA entre 24 e 32 anos - iStock
Estudo analisou dados de 4.000 adultos dos EUA entre 24 e 32 anos Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

09/05/2022 13h32

A insegurança alimentar em adultos pode aumentar o risco de desenvolver diabetes em 10 anos, indica um estudo da Universidade Estadual de Washington (EUA).

A pesquisa, publicada no Journal ou Nutrition em março, analisou dados de 4.000 adultos disponíveis no Add Health (Estudo Longitudinal Nacional da Saúde do Adolescente à Saúde do Adulto, na tradução do inglês).

Pessoas entre 24 e 32 anos que afirmaram ter alguma preocupação sobre a falta de alimentos no último ano apresentaram maiores taxas de diabetes no futuro, segundo diagnósticos que elas próprias relataram ou confirmados por meio de testes de glicose no sangue.

"Quando analisamos os dados 10 anos depois, vemos essa separação na prevalência de diabetes: aqueles que experimentaram risco de insegurança alimentar na idade adulta jovem têm maior probabilidade de ter diabetes na idade adulta intermediária", explicou em nota a pesquisadora Cassandra Nguyen, principal autora do estudo.

Entenda a insegurança alimentar

A insegurança alimentar corresponde à dificuldade em ter uma alimentação adequada, chegando a níveis de privação extrema de comida. Ela pode ser crônica ou temporária.

Os quadros se dividem em três níveis:

  • Leve: quando há incerteza sobre o acesso e qualidade da alimentação, assim como optar por produtos inferiores --ultraprocessados, por exemplo-- para priorizar a quantidade nas refeições;
  • Moderado: adultos priorizam alimentar as crianças da casa --se houver-- e, então, deixam de comer significativamente);
  • Grave: privação extrema de alimentos, atingindo também as crianças.

Qual a relação com o diabetes?

Os pesquisadores não estabeleceram diretamente quais os motivos para o desenvolvimento de diabetes. No entanto, a insegurança alimentar é associada à alimentação com baixos valores nutricionais, o que pode contribuir para o surgimento de condições crônicas —dependendo sobretudo dos alimentos presentes na dieta.

"Comer de acordo com as diretrizes dietéticas tende a custar mais dinheiro e pode custar mais tempo. Nem sempre é acessível às famílias que têm limitações", afirma Nguyen.