Topo

Saúde

Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Estudo mostra mutação genética que deixa humanos mais suscetíveis ao câncer

iStock
Imagem: iStock

De VivaBem, em São Paulo

12/05/2022 18h50

Durante a evolução, os seres humanos se tornaram mais propensos a desenvolver câncer do que outros primatas, de acordo com um novo estudo publicado no dia 3 de maio, no periódico Cell Reports.

Para chegar nesta conclusão, os pesquisadores do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em Nova York (EUA), compararam centenas de genes de humanos entre 12 espécies de primatas não humanos.

Segundo o artigo, o câncer é relativamente raro neste grupo. Ao analisar autópsias de 971 primatas não humanos que morreram no Zoológico da Filadélfia, na Pensilvânia, nos Estados Unidos, entre 1901 e 1932, os pesquisadores descobriram que apenas oito tinham tumores.

Após análise, o estudo concluiu que o BRCA2, gene responsável por impedir a formação de tumores e manter o reparo do DNA, evoluiu de forma diferente nos seres humanos.

Uma única letra de DNA no gene BRCA2 humano, que também está normalmente envolvido em mutações genéticas relacionadas ao câncer, o tornou 20% pior na reparação do DNA —o que poderia explicar nossas taxas mais altas de câncer.

No entanto, os cientistas ainda não sabem as causas para o gene ser menos ativo nos seres humanos do que em outros primatas.

Uma das possibilidades é que essa atividade reduzida do BRCA2 ocorra para aumentar a fertilidade. Isso porque, segundo os autores do estudo, mulheres com variantes do gene ligadas ao câncer parecem engravidar mais facilmente.

Importância do estudo

A descoberta de que uma única mutação no gene BRCA2 pode ser uma das principais causas do câncer humano pode levar a novos tratamentos, de acordo com uma das autoras do estudo Iacobuzio-Donahue, em entrevista ao site NewScientist.

Embora a edição de genes em humanos esteja muito distante, disse ela, seria possível, em teoria, reescrever o gene BRCA2 para torná-lo mais parecido com versões de primatas não humanos que estão associadas a taxas mais baixas de câncer.