Há benefícios à saúde em fazer drenagem linfática? Saiba mais
Quem nunca sentiu o desconforto gerado pela retenção de líquidos no organismo? Um problema que é muito conhecido entre as mulheres, mas que também acomete homens e compromete a estética e a saúde do corpo.
Em alguns casos, o indivíduo sente cãibra, indisposição e pode ganhar até 3 kg com o inchaço de abdome, membros inferiores, superiores e até o rosto. Já muito conhecida, mas pouco entendida, a DLM (drenagem linfática manual) é uma técnica de massagem que tem por objetivo estimular o sistema linfático a eliminar essa retenção de líquido.
A drenagem linfática é indicada para auxiliar em vários tratamentos estéticos e médicos. No caso da face, é indicada para o tratamento após cirurgias reparadoras ou estéticas, assim como em tratamentos de rejuvenescimento, acne, e até relaxante para pacientes com cefaleia. Os benefícios englobam redução de edemas faciais e melhora da circulação periorbital (em volta dos olhos).
Importante ressaltar que o sistema linfático não possui um elemento de bombeamento, como o coração em relação ao sistema circulatório, dessa forma, os movimentos da drenagem geralmente são direcionados aos gânglios linfáticos.
Segundo estudos, o procedimento é considerado uma alternativa para o tratamento de edemas (inchaço) nos membros inferiores, causados principalmente pelo envelhecimento e insuficiências (cardíacas, hepáticas, linfáticas, renais e venosas).
Além disso, os movimentos da drenagem:
- Reduzem o inchaço dos tecidos, quer seja por retenção de líquidos, como bolsas nos olhos, ou mesmo hematomas de pós-operatório;
- Eliminam as toxinas, aumentam a oxigenação dos tecidos e melhoram a aparência da região como um todo;
- Relaxam os músculos da face e atenuam o inchaço;
- Exercem ação tranquilizante e relaxante, promovendo bem-estar.
As principais indicações da drenagem linfática são:
- Retenção de líquidos;
- Celulite;
- Gordura localizada;
- Gravidez;
- Pré e pós-operatório de cirurgias plásticas;
- Relaxamento.
Há contraindicações?
As contraindicações são em casos de asma brônquica grave e não medicada, eczema agudo, febre, flebites e tromboflebite agudas, hipertireoidismo não tratado, hipertensão e hipotensão arterial, infecções e inflamações, insuficiência renal e cardíaca e câncer.
O sistema linfático é um sistema vascular, uma via secundária por onde a linfa, que são os líquidos, proteínas e células vindas dos interstícios (rede de cavidades cheias de líquido que fica sob a pele e recobre muitos órgãos), é devolvida à corrente sanguínea.
Por este motivo, qualquer inflamação, infecção e células malignas podem se espalhar por outros organismos através da drenagem linfática. Ele não tem um órgão bombeador, por isso a drenagem linfática tem o objetivo de captação, reabsorção e evacuação da linfa.
O número de sessões vai depender da avaliação do profissional, de cada paciente e do objetivo do tratamento. Normalmente, pacientes de pós-operatórios e gestantes precisam de algumas sessões por semana.
Casos especiais
- Gravidez
Na gestação, as mudanças hormonais causam diversas transformações nas mulheres. Para atenuar essas alterações a drenagem linfática é uma grande aliada. Ela vai diminuir o inchaço (principalmente em membros superiores e inferiores), melhorar a retenção de líquidos, aspecto da pele, dores, circulação sanguínea, diminuir e evitar a celulite, e promover um relaxamento geral.
Com liberação médica, a drenagem pode ser realizada logo após o nascimento do bebê. A drenagem também vai auxiliar na recuperação do pós-parto, melhorando o processo de cicatrização, o sistema linfático e sanguíneo, diminuindo o inchaço, ajudando no estímulo da produção de leite e redução da sensibilidade nos seios.
- Terceira idade
Devido a complicações da idade, os idosos são acometidos por edemas causados por problemas circulatórios e linfáticos, alterações de pele, entre outras. A drenagem irá auxiliar na melhora dessas complicações, as contraindicações são lesões de pele, insuficiência cardíaca, hipotensão ou hipertensão arterial e câncer. Se o idoso está acamado ou com patologias diagnosticadas, é importante a liberação de um médico.
- Tratamento de varizes
Em relação às varizes, quando estão em estágio avançado, ou seja, provocando edema, a drenagem linfática ameniza essa complicação.
É importante ressaltar que a drenagem linfática não trata varizes ou evita o seu aparecimento, apenas auxilia na drenagem do edema, complicação presente em estágios avançados.
Quem aplica drenagem linfática?
Em parecer técnico, o Crefito-2 (Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 2ª Região) informa que a drenagem linfática não é um procedimento exclusivo ou privativo (ou seja, outros profissionais podem fazê-la) e, sim, um procedimento próprio do profissional fisioterapeuta, contudo, os objetivos a serem alcançados devem ser próprios de cada profissão.
No caso da fisioterapia, especificamente podemos citar: melhora na sensibilidade local, aumento do arco de movimento, aceleração do processo cicatricial, minimizar aderências cicatriciais, reduzir edema e consequentemente fibrose, entre outros.
A drenagem linfática feita por profissionais não capacitados pode causar danos aos sistemas, com importantes repercussões clínicas agudas e crônicas.
No entanto, sua aplicabilidade por outros profissionais, que não sejam fisioterapeutas, não deve ser limitada, mas para que a técnica seja utilizada, o conselho de classe específico deve reconhecer o método como procedimento competente a sua classe trabalhadora.
Todavia, a premissa da formação técnico-científica é fundamental para que a drenagem linfática manual seja executada com critério, qualidade e eficiência, não sendo um risco ao bem-estar físico, mental e social do indivíduo que recebe o atendimento. Ao procurar um profissional para fazer drenagem linfática, é importante pesquisar a formação e referências dele.
Fontes: Carlos Eduardo, presidente da SBACV-PE (Sociedade Brasileira de Angiologia - regional Pernambuco) e médico no Hospital Estadual Barão de Lucena (PE); Renata Marchon, vice-diretora da AFB (Associação de Fisioterapeutas do Brasil), fisioterapeuta do Inca (Instituto Nacional do Câncer), especialista em oncologia e mestra em saúde pela UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro); Cristina Santiago, especialista em fisioterapia dermatofuncional pela ABbrafidef (Associação Brasileira de Fisioetrapia Dermatofuncional) e professora de fisioterapia da Unifor (Universidade de Fortaleza); Maria Gabriela Mansur, fisioterapeuta, especialista em dermatofuncional e mestranda na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo); Morgana Boeno Volpato, médica dermatologista no Rio de Janeiro; e Anke Berngmann, conselheira do Crefito-2 (Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 2ª região - Rio de Janeiro).
Referências:
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https://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/11/1025928/238-240-1.pdf
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https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-248221
https://www.scielo.br/j/fp/a/DDFWYwkNPZSM98Ktsjbtk9B/#:~:text=ILL%2C%20Souza%20NA.-,Efeitos%20da%20drenagem%20linf%C3%A1tica%20manual%20aplicada%20em%20gestantes.,peso%20nas%20pernas%20e%20incha%C3%A7o.
https://rbc.inca.gov.br/index.php/revista/article/view/1055
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