É mais fácil corrigir déficit no crescimento do que o excesso de altura
Quando nascemos não há como saber precisamente como será nosso desenvolvimento corporal. Atualmente é comum vermos adolescentes, tanto as meninas como os meninos, muito altos, mas o contrário também ocorre. Quando a deficiência é detectada no início da fase de crescimento pelo pediatra, é possível controlar a falta de altura.
Segundo Durval Damiani, médico endocrinologista do Instituto da Criança da Faculdade de Medicina da USP, "a questão do crescimento é basicamente uma questão genética, cada população tem o seu padrão de crescimento, já que as pessoas não são iguais entre si. Sempre vai ter pessoas que estão na média de crescimento, acima ou abaixo". O endocrinologista cita que hoje em dia a alta estatura se tornou um problema de sucesso. "As famílias acham que, principalmente os filhos do sexo masculino, se não forem altos, não terão chance de sucesso na vida, o que é uma bobagem."
O crescimento corporal normal é muito harmonioso, por esse motivo, quando não acontece, é necessária uma investigação do que pode estar acontecendo. O ideal é procurar um pediatra. Damiani cita que há situações em que fica inviabilizado o tratamento, porque há limites. "Isto pode ocorrer se a criança já for um adolescente e tiver terminado a puberdade, já tem um osso que não já não tem mais condições de responder ao tratamento, ele já atingiu a sua altura final."
Não há uma idade determinada para o tratamento, mas, ao identificar que há uma aceleração do crescimento ou um retardo, é necessário fazer acompanhamento e avaliação dessa criança. O hormônio de crescimento produzido na hipófise irá estimular a placa de crescimento existente nos ossos, promovendo o aumento da estatura. Ele existe para tratamento desde 1985 e é muito seguro. Quando acontece o contrário e a criança tem um crescimento excessivo, é mais difícil esse controle. Muitas vezes se antecipa a puberdade para que as cartilagens de crescimento se fechem.
Curva de crescimento
Para realizar o diagnóstico da deficiência de crescimento e verificar se há ou não baixa estatura na criança ou adolescente, é utilizada uma tabela. Segundo Sonir Antonini, médico endocrinologista pediátrico e professor titular da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, são utilizados padrões internacionais, as tabelas ou curvas de crescimento, preferencialmente as curvas da Organização Internacional de Saúde. "É importante mencionar que essas curvas da OMS, que nós utilizamos como referência para o que é normal ou o que é deficiente em relação ao crescimento, elas foram construídas a partir do estudo de crianças normais dos cinco continentes. São dados que representam bem a diversidade genética e de estatura da população mundial."
O hormônio de crescimento é administrado em forma de injeções subcutâneas em doses noturnas. Antonini destaca que "o tratamento para essa deficiência é caro, mas coberto pelo SUS quando é comprovado que a criança tem baixa estatura causada pela falta de hormônio de crescimento, além de algumas condições genéticas específicas. Há situações em que não é possível utilizar esse procedimento. Pessoas em tratamento agudo de câncer ativo não podem fazer o uso de hormônios de crescimento, pois eles podem causar aumento e piora da neoplasia".
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