Como proteger as crianças da bronquiolite: siga estes passos quando esfriar
A bronquiolite é mais uma das doenças respiratórias potencializada pelos dias de frio, quando os vírus estão mais presentes. Nessa época, costuma atingir especialmente as crianças e requer cuidados principalmente nas menores de dois anos. Nessa fase, o sistema imunológico ainda está imaturo e pode ser mais facilmente contaminado pelo vírus sincicial respiratório (VSR), principal causador da doença.
A bronquiolite (inflamação dos bronquíolos, parte final dos brônquios) precisa ser diagnosticada e tratada com atenção, para evitar que piore e se transforme em pneumonia.
Isso é ainda mais importante nos menores, cujas vias aéreas já têm um calibre pequeno e ficam mais estreitas por causa da inflamação dos bronquíolos. Nesses casos, pode haver um esforço respiratório com que o corpo das crianças não está preparado para lidar.
Fique de olho em alguns sinais: chiado, dificuldade para respirar ou falta de ar semelhante a asma indicam gravidade.
Como os primeiros sinais são bastante corriqueiros, é essencial que um médico avalie a criança para o diagnóstico correto.
Sintomas da doença
São similares aos de um resfriado comum e podem durar de três a 15 dias.
- No início, costuma ocorrer obstrução nasal, coriza e tosse. Pode haver febre ou não;
- Entre o terceiro e o quinto dias, ocorre um aumento na produção de secreção nas vias aéreas. Isso dificulta a entrada e a saída do ar, causando o chiado e o cansaço para respirar;
- É nessa fase que os sintomas se diferenciam. Em casos mais graves, o apetite diminui e a criança pode ficar prostrada, desidratada, com sonolência e baixa oxigenação do sangue.
Ações para prevenir
Como não existe um remédio específico para a doença e a melhora depende da resposta imunológica da criança, vale investir na prevenção.
A principal forma de contaminação é por meio de secreções respiratórias e por contato —ou seja, crianças que passam o dia em locais fechados com outras pessoas, como creches, estão mais propensas à infecção.
- Tome a vacina de gripe, já que ela ajuda a diminuir os sintomas mais graves da doença;
- Evite aglomerações, especialmente se houver outras crianças com doenças respiratórias (e não leve seu filho com febre e resfriado para creche, escola ou festas infantis);
- Mantenha os ambientes ventilados;
- Lave as mãos frequentemente e use corretamente a máscara;
- Não exponha a criança ao cigarro, já que a inalação de fumaça é um agravante para a doença;
- Lave o nariz com soro fisiológico;
- Evite viagens longas, passeios em shoppings ou eventos sociais com crianças menores de 3 meses de idade.
Tratamento da bronquiolite
Não existe tratamento para a bronquioite, que também pode ser causada por outros vírus, como o adenovírus e o influenza.
Mas é possível conter os sintomas e na grande maioria das crianças não há necessidade de ir à emergência.
- Faça inalação com soro fisiológico para fluidificar as secreções e ajudar a desobstruir os bronquíolos;
- Continue com a lavagem nasal com soro fisiológico;
- Hidrate bastante a criança, oferecendo água ou seio materno regularmente;
- Insista na alimentação.
Quando não há desconforto respiratório (tosse com chiado ou falta de ar), é possível cuidar da criança em casa, controlando a febre e mantendo-a hidratada e alimentada.
As internações são indicadas para crianças que precisam de auxílio no hospital, ou seja, quando há baixa oxigenação no sangue, necessidade de alimentar a criança via sondas nasogástricas (inserção da sonda pelo nariz, descendo até o estômago) ou nasojejunais (inserção da sonda pelo nariz, descendo até o intestino) ou hidratação com soro por via venosa.
As crianças dos grupos de risco, como prematuros extremos, cardiopatas e pneumopatas (que têm doença cardíaca ou pulmonar), têm mais chances de serem hospitalizadas e evoluir para a forma grave da bronquiolite —para esse grupo, recomenda-se o uso da palivizumabe, uma imunoglobina indicada para aumentar a proteção de bebês contra a infecção pelo VSR.
Em casos mais graves, o bebê pode precisar de ventiladores mecânicos não invasivos ou invasivos para que o desconforto seja atenuado.
Fontes: Werther Brunow de Carvalho, pediatra do Hospital Santa Catarina - Paulista; Milena de Paulis, pediatra e do Hospital Israelita Albert Einstein (SP); e Márcio Nehab, pediatra infectologista do IFF (Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira) Fiocruz.
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