Topo

Saúde

Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


7 horas de sono por noite é ideal na meia-idade e durante o envelhecimento

A privação do sono é mais estudada que o excesso dele, mas ambas as situações não são benéficas  - iStock
A privação do sono é mais estudada que o excesso dele, mas ambas as situações não são benéficas Imagem: iStock

Do Jornal da USP

04/06/2022 16h40

Estudos indicam que sete horas de sono por noite é uma média ideal na meia-idade e na velhice, e pessoas que dormem por pouco tempo ou por longos períodos podem apresentar piora no bem-estar geral e mais sintomas de ansiedade e depressão.

Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, Andrea Toscanini, médica clínica do IPq (Instituto de Psiquiatria) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) e da equipe Laboratório do Sono do instituto, destaca que há uma variabilidade individual no tempo total do sono, sendo o intervalo entre sete e nove horas uma média para 95% das pessoas.

A médica também atenta para o fato de que a privação do sono é mais estudada que o excesso dele, e destaca que ambos os casos não são benéficos. "Dormir, por exemplo, nove horas ou mais, não tem um efeito benéfico", complementa.

Há correlação entre o sono inadequado e o desenvolvimento de doenças degenerativas, como o Alzheimer. Alterações metabólicas também acompanham a falta de sono. No entanto, é importante salientar que, para o desenvolvimento dessas enfermidades, a prática de se dormir mais ou menos precisa ocorrer há muitos anos.

Influência cultural

Para Toscanini, dormir pouco possui influências culturais vinculadas à produtividade. Por isso, para um bom sono, é necessário "lavar nosso preconceito em relação a dormir bem", para depois organizar o seu dia, reservando oito horas de sono e 30 minutos para o adormecimento, e finalmente nos acostumando a uma dinâmica mais saudável.

A importância do sono está no processo de limpeza dos metabólitos de reações químicas e produtos proteicos do organismo, que só acontece no momento de descanso. Essa limpeza ocorre na segunda fase do sono, quando nos encontramos em sono profundo.

A médica finaliza dizendo que um aliado na prática do bom sono é o profissional especialista, área relativamente nova, mas que foca em questões pontuais. Ela expõe ainda que há a necessidade da implementação do estudo do sono na base dos cursos de medicina, por essa ser uma questão permanente em outras áreas médicas, justamente porque distúrbios do sono são extremamente prevalentes, afetando mais da metade da população do Brasil e do mundo.