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Covid-19: a diferença entre autoteste, antígeno e PCR e quando usar cada um

Teste antígeno positivo para covid-19 marca dois tracinhos - Suamy Beydoun/Estadã Conteúdo
Teste antígeno positivo para covid-19 marca dois tracinhos Imagem: Suamy Beydoun/Estadã Conteúdo

Gabriel Dias

Colaboração para VivaBem

08/06/2022 04h00

Uma das principais estratégias no combate à pandemia de coronavírus, a testagem tem sido essencial para detectar a covid-19, monitorar o cenário epidemiológico do país e acompanhar a transmissão do vírus. Atualmente, existem três tipos de testes em uso para o vírus Sars-CoV-2: o RT-PCR, o teste rápido de antígeno (TR-Ag) e o autoteste de antígeno (AT-Ag).

Vale lembrar que, em caso de resultado positivo, o paciente deve ser avaliado por um profissional de saúde, que também notificará o caso pelo sistema e-SUS, do Ministério da Saúde.

A oferta de diferentes tipos de teste pode gerar dúvidas, mas há algumas certezas: não há falso positivo no teste de antígeno ou no RT-PCR, que continua sendo o padrão-ouro. Em ambos, o laudo positivo é covid-19 na certa —e ponto.

As diferenças dos testes

RT-PCR: trata-se de um diagnóstico laboratorial, feito por biologia molecular, que identifica a presença do material genético (RNA) do vírus Sars-CoV-2 em amostras de secreção respiratória. A amostra é colhida por um profissional de saúde, e o resultado é liberado em até 72 horas após a coleta. É o mais preciso e sensível, porque detecta material genético em qualquer fase da doença.

Teste rápido de antígeno (TR-Ag): é encontrado em laboratórios, postos de saúde e farmácias e usa um swab nasal ou nasofaringe para colher a amostra. O processamento pode ser realizado fora do ambiente laboratorial, o que permite resultado em torno de 20 minutos. Na prática, ele detecta na amostra proteínas produzidas na fase de replicação viral, ou seja, quando a infecção está ativa e altamente contaminante.

Autoteste de antígeno (AT-Ag): foi aprovado em janeiro deste ano pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Pode ser adquirido nas redes de farmácias e drogarias e você pode fazer a coleta da amostra por conta própria, seja nasal ou oral (saliva), de acordo com as orientações da bula. O resultado, parecido com um teste de gravidez, aparece entre 10 e 20 minutos.

Quando devo usar cada teste?

RT-PCR: o teste é feito por meio de solicitação do exame, após uma avaliação do médico. A coleta de amostras para a detecção do vírus em tempo real deve ocorrer o mais precocemente possível em caso de síndrome gripal (SG) ou síndrome respiratória aguda grave (SRAG) na fase aguda da infecção —até o 8º dia após o início dos sintomas. Para pacientes graves hospitalizados, a coleta pode ser feita até o 14º dia do início dos sintomas.

Se você teve contato com uma pessoa infectada, mas não está com sintoma, o PCR pode ser uma opção. Porém, você deve contar exatos cinco dias após o último contato com a pessoa, considerando esse encontro como o dia zero, ensina Alberto Chebabo, diretor do Hospital Clementino Fraga Filho, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), e gerente de relacionamento médico da Dasa. Se não respeitar essa janela, a chance de um falso negativo é grande.

Teste rápido de antígeno: pode ser feito por solicitação do médico, após consulta, ou diretamente nas unidades de saúde e farmácias em pessoas com sintomas. Eles são mais eficientes na fase aguda da doença, ou seja, do 1º ao 7º dia em pessoas com sintomas; e a partir do 5º dia do contato em pessoas assintomáticas que tiveram contato com casos confirmados.

Como eles detectam o vírus quando ele está contaminando, se você estiver com covid, mas a carga viral for baixa, a chance do teste não pegar é maior. Neste caso, o PCR é mais eficiente.

Autoteste: funciona, basicamente, da mesma maneira que o teste antígeno, a diferença é que não necessita de receituário. É indicado para ser feito no período entre o 1º e 7º dia do início dos sintomas; e a partir do 5º dia do contato em pessoas assintomáticas que tiveram contato com casos confirmados.

Qual a eficácia de cada teste?

RT-PCR: utilizados na rede de laboratórios de saúde pública ou privada, apresentam alta sensibilidade (aproximadamente 86%) e alta especificidade (acima de 95%).

Teste rápido de antígeno: disponibilizado pelo Ministério da Saúde ou em farmácias e laboratórios, apresenta sensibilidade entre 90,30% e 96,75% e especificidade de 98,80% a 100%.

Autoteste: os resultados são semelhantes do TR-Ag, mas por ser feito por pessoa leiga o teste corre risco de má execução ou interpretação, sendo uma estratégia complementar aos demais e funcionando como triagem.

*Com informações do Ministério da Saúde e das reportagens publicadas em 11/01, 25/01, 28/01/2022.