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Excesso de vitamina D intoxica e pode levar à falência renal; veja sintomas

Ekaterina Rabchanyuk/iStock
Imagem: Ekaterina Rabchanyuk/iStock

Sarah Alves

Do VivaBem, em São Paulo

11/06/2022 16h00

A absorção da vitamina D ocorre principalmente via exposição ao sol, mas muitas pessoas sofrem com deficiência da substância. Por isso, suplementá-la é uma opção, mas o excesso pode causar diversos problemas à saúde, incluindo a falência renal.

"A vitamina D aumenta a capacidade de absorver cálcio. Mesmo tendo uma dieta normal do nutriente, quando se começa a aumentar os níveis de vitamina D no sangue, cresce também o cálcio", explicou o nutrólogo Eric Slywitch, mestre em nutrição pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) em entrevista ao VivaBem durante o congresso Ganepão, realizado na capital paulista nesta semana.

De forma prática, quanto mais vitamina D a pessoa tem no corpo, maiores serão também os níveis de cálcio. O risco é que, com suplementação além do necessário, ocorra hipercalcemia —quando há alto índice de cálcio no corpo. Isso pode causar diversas alterações, sendo a calcificação dos rins uma das mais graves.

"Quando pensamos na absorção natural de vitamina D, a pele tem capacidade de inativar a quantidade que produz. Se começar a produzir muito, ela mesmo bloqueia. O suplemento não, ele vai chegar com tudo", alerta Slywitch.

Quais os sintomas da intoxicação de vitamina D e as possíveis complicações?

Segundo o nutrólogo, as alterações renais e cardiovasculares exigem maior atenção como complicações dos quadros de intoxicação por vitamina D. Mas outros sintomas podem surgir, ligando o alerta para diagnosticar o quadro, entre elas:

  • Alterações cognitivas (como: falta de concentração e confusão);
  • Sonolência e fraqueza;
  • Depressão;
  • Psicose;
  • Náusea e vômitos recorrentes;
  • Dor abdominal;
  • Constipação intestinal;
  • Úlcera;
  • Anorexia;
  • Pancreatite;
  • Pedra nos rins.

Em casos graves, também há casos de estupor (perda de consciência) e coma.

Como é o diagnóstico?

O diagnóstico da intoxicação por vitamina D pode ser feito por meio de exame de análise do cálcio. "Se tem muito cálcio saindo pela urina deve ser um fator preocupante para os médicos", diz o nutrólogo Eric Slywitch. Por isso, uma das análises é exame de urina de 24 horas, que detecta eventuais alterações renais.

A identificação, no entanto, pode ser difícil. Isso porque outras condições de saúde conseguem influenciar o resultado, necessitando de uma avaliação profunda para entender se a vitamina D está ou não prejudicando o paciente.

Durante todo o período de suplementação também é importante analisar os níveis de cálcio, justamente para identificar problemas nos primeiros sinais, indica Slywitch.

Isso reforça os riscos da auto-suplementação, que deve ser acompanhada por profissionais especializados para favorecer o acompanhamento personalizado e evitar problemas secundários.

Tratamento

Segundo Slywitch, o quadro de hipercalcemia pode seguir por até 18 meses após o início do tratamento. As intervenções são individuais, mas há suspensão imediata da suplementação, controle do consumo de cálcio e necessidade de maior ingestão de água. Algumas medicações podem ser administradas, inclusive para aumentar o volume de urina e liberação de cálcio.