Estudante tem forte alergia após comer camarão; reação pode levar à morte
No TikTok, a estudante Amanda Souza Oliveira Nicândio, 22, mostrou como ficou a aparência dela depois de uma forte alergia a camarão. Ela comeu um prato de frutos-do-mar em um quiosque da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, em 2021, mas só agora compartilhou o vídeo na rede, que atingiu 5 milhões de visualizações.
Moradora de Belo Horizonte, Amanda diz que já havia comido camarão em outras ocasiões e não imaginou que poderia sofrer reação alérgica ao alimento.
"Eu comi eram umas 22h e quando foi 22h40 o meu olho já começou a inchar muito. Quando chegamos na UPA [Unidade de Pronto Atendimento] era 0h e meu rosto já estava completamente inchado. Foi questão de minutos."
A estudante também teve coceiras pelo corpo e ficou com o braço inchado. No dia, ela recebeu diversos medicamentos e, depois de um tempo, o rosto dela começou a desinchar. "Quando fui liberada, ainda estava inchado, o pessoal na rua ficava me olhando. Teve uma mulher que perguntou se eu tinha apanhado" lembra.
Corpo dá sinais
De acordo com Ariana Campos Yang, imunologista e diretora da Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia), o mais comum é que a alergia avise que está iniciando, com sintomas leves, como coceira, quando o alimento ainda está na boca ou minutos depois do consumo. "Muita gente tem os sintomas na primeira vez que come e só tem a reação mais grave na segunda ou terceira", diz.
Segundo ela, a gravidade depende do sistema imune no momento do contato. Quanto mais debilitado, mais rápida é a progressão da reação.
Mas as alergias a frutos do mar, gergelim, amendoim e castanha são as mais envolvidas em reações fatais, justamente por acometer mais os adultos. "O adulto tende a ter autocuidado menor, tende a não valorizar sintomas leves, por isso sofre mais dessas alergias", diz Yang.
No geral, os sintomas mais comuns relacionados a alimentos são:
- Tosse, chiado, falta de ar;
- Dor abdominal, náusea, vômito, diarreia;
- Urticária e placas vermelhas na pele;
- Inchaço nas partes moles, como boca e olhos.
Alergia pode levar à morte
Em situações mais graves, os sintomas citados acima podem evoluir para o edema de glote, que é uma reação alérgica grave, com inchaço na garganta, provocando a obstrução do fluxo de ar para os pulmões e impedindo a respiração.
As anafilaxias são reações alérgicas intensas que podem acometer vários órgãos, inclusive pele e mucosa, ocasionando o inchaço da região.
"As anafilaxias, geralmente, ocorrem em decorrência da ingestão de alguns alimentos e medicamentos ou ferroadas de insetos, como abelhas, vespas e formigas", afirma Alexandra Sayuri Watanabe, coordenadora do Departamento Científico de Anafilaxia da Asbai.
O que fazer?
Como ocorre de forma muito rápida —assim como Amanda citou no começo do texto—, o mais indicado é procurar um serviço médico o quanto antes.
"É coisa de segundos e minutos. É preciso ir ao hospital mais próximo assim que perceber os sintomas", sugere Yang. Se for anafilaxia, é feita uma aplicação intramuscular de adrenalina, que tem uma ação muito rápida.
Geralmente, quando o indivíduo é tratado a tempo, ele recebe um plano de ação do médico, que contém todas as diretrizes caso o contato com o alimento (se for o caso) volte a acontecer. Além disso, é indicado que o paciente ande com uma nécessaire contendo um antialérgico, um broncodilatador e a caneta de adrenalina.
Algumas alergias demoram para aparecer
Embora as alergias surjam com mais frequência na infância, é possível que algumas pessoas desenvolvam quadros da doença apenas na fase adulta. A culpa, segundo os especialistas, está em um aumento da sensibilidade do sistema imunológico a certos alimentos ou remédios, consumidos com frequência ao longo da vida.
"Alergia por frutos do mar, por exemplo, ocorre mais frequentemente em adultos jovens, pois passamos a consumir esses alimentos a partir de uma certa idade e não nos primeiros anos de vida", explica Luisa Karla Arruda, alergista e imunologista, e professora titular de Clínica Médica da Faculdade de Medicina Ribeirão Preto da USP.
* Com informações de reportagens publicadas em 24/10/2019, 17/02/2022 e 08/03/2022.
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