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Saúde

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Pesquisadores adaptam ressonância magnética para diagnosticar Alzheimer

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Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

20/06/2022 18h32

Cientistas desenvolveram um método de diagnóstico que afirmam detectar a doença de Alzheimer com apenas um exame de ressonância magnética. O estudo foi publicado no periódico Nature Communications Medicine nesta segunda-feira (20).

A técnica usa a tecnologia de machine learning (aprendizado de máquina, na tradução) para rastrear áreas do cérebro e avaliá-las de acordo com características específicas, como tamanho, forma e textura.

O estudo usou uma máquina comum em hospitais, usada originalmente para classificar tumores. Para adaptá-la ao mapeamento cerebral, foi preciso desenvolver um algoritmo. Isso a tornou capaz de avaliar 115 regiões cerebrais, considerando 600 características para cada uma. Depois, o algoritmo foi treinado para identificar alterações características da doença de Alzheimer.

Foram avaliados 400 pacientes, entre pessoas com a condição, saudáveis e com outros quadros neurodegenerativos, como a demência frontotemporal e o Parkinson. Após o rastreamento via ressonância, em 98% dos exames a tecnologia conseguiu identificar a doença e, em 79%, distinguir o estágio com alta precisão.

Segundo a equipe, isso abre caminhos para identificar o Alzheimer precocemente e, consequentemente, manejar o melhor tratamento para gerir os sintomas. Além de reduzir a ansiedade dos pacientes e suas família em comparação aos exames tradicionais.

"Esperar por um diagnóstico pode ser uma experiência horrível. Se pudéssemos reduzir o tempo de espera, tornar o diagnóstico um processo mais simples e reduzir um pouco da incerteza, isso ajudaria muito", afirmou em nota Eric Aboagye, principal autor do estudo e professor do Departamento de Cirurgia e Câncer do Colégio Imperial de Londres.

O método ainda seria eficiente para novas pesquisas da doença e potenciais terapias, defendem os pesquisadores. Isso porque, de acordo com o estudo, a tecnologia rastreou alterações cerebrais em regiões ainda não relacionadas à doença —entre eles, o cerebelo (que coordena e regula a atividade física) e o diencéfalo ventral (que interfere nos sentidos, visão e audição).