Urina preta: entenda a doença que tem relação com consumo de peixe
A Secretaria de Saúde do Pará informou que investiga quatro casos suspeitos, incluindo uma morte, da doença de Haff, popularmente conhecida como "urina preta". Os diagnósticos foram registrados na zona rural de Óbidos.
Os pacientes apresentaram sintomas como dor muscular intensa, abdominal e urina escura após o consumo de peixe da espécie pacu, típico da região. Amostras foram coletadas para análise na Vigilância Epidemiológica do município.
As explicações e origem exata da doença de Haff ainda são incertas, mas pesquisadores acreditam que ela esteja ligada ao consumo de algum animal que vive na água, muitas vezes a doce.
O que é a doença de Haff?
Alguns especialistas já levantaram a suspeita de que ela seja causada por uma bactéria, mas isso é considerado pouco provável. A hipótese mais aceita é que a doença seja causada por algum tipo de toxina, ainda não identificada, que contamine o alimento e permaneça ativa no alimento cru ou mesmo depois de ser cozido, frito ou assado.
Sintomas
Os sintomas da doença de Haff costumam aparecer entre duas e 24 horas após o consumo de peixe ou crustáceos.
Eles se assemelham a outra condição: rabdomiólise, ou a lesão das células musculares esqueléticas. Nos dois casos, os pacientes podem apresentar rigidez súbita e dores musculares, além da urina escura. Porém, não há relatos de rabdomiólise ligados à ingestão de peixes —o que suscita ainda mais dúvidas sobre a doença de Haff
Além dos incômodos sentidos pelo corpo e a coloração da urina, o quadro pode causar insuficiência renal. Isso acontece, pois os músculos, quando lesionados, liberam uma substância chamada mioglobina no sangue, o que pode prejudicar os rins (e também é responsável pelo xixi preto).
As sequelas mais graves, no entanto, só costumam acontecer caso o paciente não tenha cuidado rápido e eficiente. Outras sensações comuns são a falta de ar, dormência e perda da força do corpo.
Exames podem ser pedidos para confirmar o diagnóstico, mas como não se sabe exatamente o que causa a doença, o mais importante será ouvir o histórico dos pacientes.
Por ser rara, identificar a condição pode ser difícil, mas a recomendação é que um profissional de saúde seja procurado assim que os sintomas surgirem.
Como é feito o tratamento
O tratamento é feito com base nas consequências que a doença deixou. Os pacientes geralmente ficam internados e são tratados com reposição de fluidos e suporte intensivo ou semi-intensivo.
Os profissionais de saúde buscam amenizar sintomas como dores, falta de ar e auxiliando a situação dos rins com aparelhos, quando necessário.
Se for um quadro leve, os indícios da doença somem em alguns dias, sem a necessidade de internação ou uso de aparelhos médicos. Porém, ainda assim, a avaliação médica é importante.
*Com informações de reportagens publicadas em 12/07/2021 e 19/12/2021.
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