Sabrina Petraglia teve colestase na gravidez; coceira é principal sintoma
A atriz Sabrina Petraglia fez um relato no Instagram, nesta sexta-feira (1º), sobre uma complicação que desenvolveu durante a terceira gestação —ela tem três filhos. No vídeo, a artista conta que teve colestase gravídica, uma condição rara, mas que pode ser grave.
"Foi um susto, mas tivemos um final feliz por aqui por detectarmos a tempo de controlar e monitorar! A nossa saúde e de nossos bebês é o que mais importa e, para que ninguém passe por momentos difíceis, resolvi contar a minha história. Se você está grávida ou está próximo de uma gestante, fique atento!", escreveu na rede social.
Atenção aos sintomas
A atriz relatou ter sentido muita coceira, durante exame de rotina, quando estava com 35 semanas de gravidez. "Comecei a coçar, coçar e coçar, como se fosse pulga ou sarna, sei lá", contou. A médica que realizava o ultrassom indicou que Sabrina contasse o quanto antes para a médica dela.
Isso porque a colestase gravídica tem como principal sintoma a coceira (prurido) generalizada e intensa. Conforme o quadro se agrava, provoca aumento da bilirrubina (substância resultante da degradação da hemoglobina), o que compromete a função hepática, deixa a urina com uma coloração escura e a pela amarelada (icterícia).
Também provoca a alteração na placenta, podendo gerar sofrimento fetal —quando há diminuição na troca de oxigênio e de nutrientes entre a mulher e o feto, além da liberação de mecônio (conteúdo fecal verde) no líquido amniótico.
Entenda a condição
A situação pela qual a atriz passou deve-se a uma condição extremamente rara, a colestase gravídica —só para se ter uma ideia, de acordo com a literatura científica mundial, sua incidência é de 0,5 a 2%—, mas que pode ser grave para as mães e, mais ainda, para os bebês.
Esse quadro ocorre quando a bile (substância produzida pelo fígado para ajudar na digestão das gorduras) não flui adequadamente e provoca o aumento dos níveis das enzimas hepáticas TGO e TGP no sangue.
É um problema ainda mal compreendido pela medicina. Por enquanto não se sabe quais são as suas causas, mas uma das hipóteses é a sobrecarga do corpo. Outra suposição é de que um componente genético seja o responsável pelo descompasso hepático no organismo.
A colestase gravídica ocorre, normalmente, do meio para o fim da gravidez e é mais comum em gestações múltiplas e em mulheres com mais de 35 anos ou que foram submetidas à fertilização. As chances também sobem, entre 50% e 70%, em quem já teve a doença.
Diagnóstico e tratamento
É fundamental fazer o diagnóstico o quanto antes. A coceira é um sinal de alerta e não deve ser desprezada, principalmente se ocorrer no terceiro trimestre da gestação.
Pelo fato de a colestase ser um problema raro, muitos médicos acreditam que o prurido é proveniente de alergia ou alteração hormonal, e quase sempre é mesmo, mas em alguns casos pode não ser, por isso, é aconselhável e prudente colher exames hepáticos.
Se constatada a enfermidade, o tratamento consiste em repouso e pode envolver a internação da paciente, se o caso for mais grave. Uma vez no hospital, ela terá de fazer testes clínicos para checar as concentrações das enzimas hepáticas, e poderá ou não receber medicamentos. Também pode ser preciso monitorar o bem-estar do bebê através de exames como sonar doppler (que mede o fluxo sanguíneo) e cardiotocografia (que registra a frequência cardíaca).
Frente à piora do quadro, a solução final é a antecipação do parto. No entanto, esta decisão é sempre muito bem avaliada pelos profissionais envolvidos, prezando, acima de tudo, a saúde e a segurança da parturiente e do filho.
Apesar de rara, a colestase tem a vantagem de ocorrer no final da gravidez, quando os riscos de um parto prematuro são menores. O importante é paciente e médico estarem atentos e trabalharem juntos, e a família não se desesperar e saber que o prognóstico da doença é bastante positivo.
* Com informações de reportagem publicada em 30/12/2018.
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