O que fazer se alguém tiver uma convulsão perto de você?
Uma médica brasileira socorreu um passageiro durante um voo entre Londres e São Paulo, na madrugada desta quarta-feira (20). Um homem teve uma convulsão e desmaiou e Luana Moury precisou prestar atendimento e decidir se seria preciso fazer um pouso de emergência, já que ela era a única médica a bordo.
Luana percebeu que o paciente estava tendo uma crise epilética em fase tônica, ou seja, uma convulsão em que há perda de consciência —o corpo se contrai e enrijece e acontece o desmaio. O homem chegou a vomitar, então foi preciso deitá-lo de lado para evitar que ele se engasgasse.
A médica checou os sinais vitais do paciente 30 minutos e uma hora depois do desmaio para ter certeza de que ele estava bem e de que não seria preciso pousar a aeronave.
Como ajudar durante uma crise?
Normalmente, a crise epilética é marcada por uma convulsão. Para evitar que a pessoa se machuque, faça o seguinte:
- Deite a pessoa de lado para que não engasgue com a própria saliva ou vômito;
- Remova todos os objetos ao redor que possam machucá-la;
- Afrouxe as roupas;
- Erga o queixo para facilitar a passagem do ar;
- Não introduza nenhum objeto na boca nem tente puxar a língua para fora;
- Leve a pessoa a um serviço de saúde assim que a convulsão passar.
O que é a epilepsia?
É como se fosse um curto-circuito do cérebro, segundo Saulo Nader, neurologista do Hospital Israelita Albert Einstein. "Imagina que você tem um liquidificador que entra em curto. Ele desliga e para de funcionar. Com o cérebro é a mesma coisa, se ele entra em curto, desliga e liga de novo. Felizmente, nosso órgão não queima como o eletrodoméstico", diz. Esse "curto" é a convulsão, que dura poucos minutos. Aos poucos, o cérebro reinicia suas funções.
Existem dois principais tipos de crise epiléptica:
- Generalizada: acomete todo o cérebro e pode levar à perda de consciência, além de se fazer sentir por todo o corpo (o que não significa que ela seja mais grave).
- Focal: acontece em apenas uma parte do cérebro e os sintomas dependem da região afetada.
O diagnóstico é feito por meio de exames de ressonância magnética e eletroencefalograma, além do relato de crises. A doença afeta principalmente pessoas com idade avançada, mas as crises focais podem acontecer em crianças e adultos.
Sintomas e causas
O principal sintoma da epilepsia é a convulsão. Mas nem toda convulsão é um sinal de epilepsia. Além da crise, o paciente pode ter perda cognitiva ao longo da vida e ele também tem mais chance de desenvolver ansiedade e depressão.
Há indícios de que a epilepsia tenha causas genéticas, que nem sempre são hereditárias. Ou seja, a pessoa pode nascer com um gene que predispõe à doença e ele pode se manifestar a qualquer momento da vida.
O curto-circuito pode, no entanto, ser um problema causado por uma pancada, por exemplo, que gerou uma cicatriz no cérebro, um sangramento ou um cisto.
O tratamento da epilepsia é feito por meio de medicamentos.
*Com informações de reportagem publicada em 06/02/2020.
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