Brasileiros trocam pratos de comida por lanches; quais os riscos à saúde?
Mais da metade dos brasileiros mudou os hábitos de alimentação na rua. Como resultado da alta dos preços dos alimentos, as pessoas estão trocando refeições completas por lanches fora de casa, segundo uma pesquisa feita pela consultoria Kantar.
Enquanto eles gastam em média R$ 10,43 para comer um sanduíche ou um salgado, para fazer uma refeição completa na hora do almoço é preciso desembolsar um valor médio de R$ 43,94. Segundo reportagem do UOL, as pessoas têm optado por pastéis, hambúrgueres, salgados e cachorros-quentes —que custam, em média, um quarto do preço de um prato de comida em um restaurante.
Quais os riscos à saúde?
De acordo com os especialistas consultados por VivaBem, fazer essa troca de forma frequente pode ser perigoso para a saúde, principalmente se os lanches escolhidos envolverem fritura, já que possuem grande quantidade de gordura saturada.
"Como consequência, podemos ter o aumento do colesterol e, automaticamente, maior risco de eventos cardiovasculares, como infarto e derrame cerebral. Além disso, maior risco de desenvolvimento de câncer, pois os produtos químicos que resultam da fritura, na grande maioria, são cancerígenos", explica o cardiologista e nutrólogo Edmo Atique Gabriel, professor livre-docente na Unilago (União das Faculdades dos Grandes Lagos) e colunista de VivaBem.
De acordo com o nutrólogo, o hábito, a longo prazo, também pode resultar em obesidade e diabetes. Outros possíveis riscos são a esteatose hepática ("gordura no fígado") e problemas gástricos.
É possível amenizar os danos ao corpo?
Segundo os especialistas, o cenário é, de fato, de uma alta acentuada no preço dos alimentos, mas, para eles, é possível procurar outras saídas ou, ao menos, reduzir os danos.
"Às vezes, se não tem mesmo uma outra opção, é trocar o salgado frito pelo assado, com menos gordura possível. É optar, por exemplo, pelo lanche com frango e requeijão e não com salsicha ou presunto, evitando os embutidos", diz Monique Araujo, nutricionista do Hospital São Vicente de Paulo e especialista em nutrição clínica pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Outra sugestão é levar a comida de casa. Assim, é possível montar lanches saudáveis que, inclusive, continuam sendo mais acessíveis do que comprar um salgado da padaria, por exemplo.
"Dá para incluir legumes, verduras, colocar pastas de sardinha ou atum", sugere Araujo. "Outra dica são os restaurantes que realizam o mesmo que as feiras, as xepas, que dependendo do horário oferecem um preço diferenciado. Isso já ajuda."
Um outro ponto levantado pelos especialistas é que comer bem, de forma saudável, não significa gastar muito —apesar da alta no preço dos produtos. "As pessoas precisam parar de pensar que comer de forma saudável exige muito dinheiro ou coisas mirabolantes", diz Bárbara Moraes, nutricionista do Fleury Medicina e Saúde.
"Podemos estimular o consumo de proteínas vegetais —já que a animal está mesmo cara—, como feijão e aveias, as leguminosas de uma forma geral. E tentar ser um pouco mais racional com as compras, planejar melhor as refeições, comprar por semana e não tudo de uma vez", explica a nutricionista.
Relembre as dicas:
- Tente optar por salgados que vão ao forno, evitando frituras;
- Tem recheio? Evite os de salsicha ou embutidos;
- Se tiver mercado perto, procure um lanche natural;
- Se possível, leve lanches feito em casa --com queijo, alface, tomate, atum, sardinha-- que saem mais em conta, além de serem mais saudáveis;
- Leve frutas para comer no intervalo das refeições;
- Procure restaurantes que tenham "horário da xepa";
- Na hora de fazer as compras do mês, seja racional e não compre tudo de uma vez (para evitar desperdícios);
- Em casa, se as carnes ou frangos estiverem fora do orçamento, opte por ovos ou latas de atum e sardinha;
- Reaproveite talos, cascas e sementes.
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