Pode transar no 9º mês de gravidez? Tire 8 dúvidas sobre sexo na gestação
Sexo durante a gravidez é um tema que costuma causar muitas dúvidas. Durante o "Faustão na Band", o apresentador João Guilherme Silva, 18, aproveitou a presença de uma ginecologista para fazer uma pergunta sobre o tema.
"A relação sexual até o nono mês [de gestação] é liberada? Como funciona isso?", indagou o filho do Faustão à médica Michele Panzan, que participava como convidada do quadro "Direto com o Doutor".
A ginecologista aprovou o questionamento do rapaz. "Tá certo, é isso mesmo! Tem que saber isso, claro! É importante! É uma pergunta super frequente no consultório", disse.
"Relação sexual durante a gestação, normal. Não vai 'cutucar' o neném, não vai causar nenhum problema à gestante. É altamente recomendável relação sexual durante a gestação, exceto casos à parte", detalhou Michele.
É isso mesmo. Se a gestante não tiver problemas de saúde, é possível transar durante toda a gravidez —no final, pelo tamanho da barriga, o sexo com penetração pode ser incômodo. Abaixo, tire outras dúvidas sobre o tema:
1. Sexo só é contraindicado quando há riscos à saúde
Segundo a ginecologista, obstetra e sexóloga Carolina Ambrogini, do departamento de ginecologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a contraindicação só vale em situações em que há ameaça de aborto espontâneo; placenta prévia (quando a placenta não se forma no local correto e fica na parte de baixo do útero, podendo sangrar durante o ato sexual); infecções graves; rompimento do saco gestacional; ou em casos específicos de sangramento, hipertensão e parto prematuro.
Na ausência desses problemas, porém, é possível manter relações sexuais até o final da gravidez.
2. Libido pode ser impactada
Algumas grávidas também podem sofrer queda na libido, principalmente no primeiro trimestre de gestação, mas isso não deve ser interpretado como um sintoma natural de que é preciso se abster de sexo.
De acordo com o obstetra Daniel Rolnik, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, o motivo está relacionado às mudanças corporais que ocorrem por conta da ação dos hormônios e que também podem provocar náuseas, cansaço e dores nas mamas. Porém, no segundo trimestre, por conta da estabilização hormonal, o apetite sexual costuma voltar e pode ser mantido até o dia do parto.
3. Sexo nesta fase pode ser mais prazeroso
É que nesse período, aumentam-se os níveis de estrogênio e progesterona (hormônios femininos responsáveis por preparar o corpo da mulher para a gestação), como a lubrificação vaginal e o fluxo sanguíneo da região pélvica, o que predispõe excitações com maior frequência e orgasmos mais intensos.
4. Bebê não sente nada
Mesmo que o canal vaginal seja penetrado com força, o bebê não sente nada. Isso ocorre porque ele está protegido na cavidade uterina por uma espessa musculatura, pelo saco gestacional e pelo liquido amniótico que evitam qualquer contato dele com o pênis, que sequer encosta na parte externa do colo. Na entrada do útero existe ainda uma camada mucosa que mantém o órgão vedado contra bactérias e acaba eliminado pelo corpo pouco antes do parto.
5. É preciso cuidado com sexo anal e vibradores
Eles exigem maiores cuidados e, de preferência, devem ser evitados. É que a gestante costuma ter a imunidade um pouco mais baixa do que as demais mulheres e se não houver a higienização correta na manipulação do aparelho ou durante o contato da região anal para a vaginal, ela pode sofrer infecções. O risco de hemorroidas também é alto, ainda mais no final da gravidez.
6. É uma chance de testar novas posições
Quanto às posições para a realização do ato sexual, Ambrogini esclarece que, com as mudanças anatômicas ocorridas ao longo da gestação, é preciso testar variações que não causem desconforto.
"Até o final da gestação, a maioria das grávidas se sente mais confortável por cima do companheiro. Deitar de lado na cama também costuma ser uma posição bastante adotada por elas, principalmente a partir da 20ª semana, quando a barriga está maior e não conseguem fazer o 'papai e mamãe'", explica.
7. Esperma não traz risco ao bebê
Um esperma saudável ejaculado dentro da vagina não oferece risco algum para o bebê, mas devem ser tomados cuidados com higiene e prevenção de IST's (infecções sexualmente transmissíveis). "A sífilis, por exemplo, é causada por uma bactéria que consegue infectar a placenta e o feto, que pode sofrer sequelas e até risco de vida", diz Rodolfo Favaretto, urologista pelo Hospital São Lucas e especialista pela SBU (Sociedade Brasileira de Urologia).
8. Orgasmos ajudam na indução do parto, mas calma...
Por falar em orgasmos, saiba que eles liberam ocitocina, um hormônio que desempenha papéis importantes na gestação, principalmente após o terceiro trimestre. É que além de reduzir a pressão arterial —que tende a aumentar nessa fase e se não controlada pode desencadear pré-eclâmpsia—, a substância induz contrações uterinas para o trabalho de parto.
Mas calma! Quando a gravidez está no início, essas contrações e mesmo o endurecimento uterino que elas podem desencadear momentaneamente são insuficientes para provocar o parto, sendo mais notáveis apenas quando o útero está dilatado e ao final da gestação.
E, para surtir resultado, a estimulação tem de ser intensa e durar, no mínimo, uma hora. "O sêmen também contém uma substância parecida com a ocitocina, a prostaglandina, que induz o parto, mas só quando o bebê está em vias de nascer", explica o médico.
* Com informações de reportagem publicada em 18/11/2019.
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