Dá para ter câncer de pulmão sem fumar? Veja 7 mitos e verdades da doença

O câncer de pulmão é um dos mais letais do mundo. Por ano, estima-se que 2 milhões de pessoas morram por conta da doença, que, além de ser muito agressiva, pode ter um diagnóstico tardio.

Segundo dados do Radar do Câncer, do Instituto Oncoguia, com base no DataSUS, 90% dos casos já se encontravam em estágios avançados quando foram identificados. O mês de agosto é dedicado à conscientização sobre prevenção e combate ao câncer de pulmão.

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A seguir, veja mitos e verdades sobre a doença:

1. O cigarro é a principal causa do câncer de pulmão

Verdade. A maior parte dos casos está associada ao hábito de fumar. A fumaça do cigarro contém substâncias tóxicas, sendo mais de 70 cancerígenas. De acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer), o consumo de cigarros, charutos, cachimbos e outras formas de uso de tabaco, inclusive não queimado, é responsável por 30% dos casos de qualquer tipo de câncer e por 70% dos casos de câncer de pulmão.

2. Existem muitos tipos de tumores no pulmão

Verdade. O câncer de pulmão reúne vários subtipos de neoplastias com características moleculares específicas. Segundo o Inca, 85% dos pacientes têm um tipo chamado de não pequenas células. É importante identificar o tipo de tumor, que pode depender de alterações genéticas, para determinar o tratamento da doença.

3. Quem nunca fumou não precisa se preocupar em ter câncer de pulmão

Mito. Há quem pensei que o câncer de pulmão acontece apenas entre fumantes ou ex-fumantes, mas isso não é verdade. Ele pode acometer pessoas que nunca tiveram dependência do cigarro. Em alguns casos, a doença pode surgir por conta de mutações genéticas. É comum que pacientes não fumantes descubram o tumor ao investigar outras doenças. Durante a pandemia, por conta da realização de exames de imagem, como raio-x e tomografia, nos pulmões, muitos casos foram diagnosticados.

4. Cigarro eletrônico, vape, pendrive ou narguilé são inofensivos? Ajudam a parar de fumar?

Mito. Formas alternativas de fumo têm feito sucesso entre o público jovem, mas também prejudiciais à saúde. O vape tem grande concentração de nicotina, que é uma substância viciante e que libera outros componentes tóxicos. Os cigarros eletrônicos podem causar doenças respiratórias, como enfisema pulmonar, doenças cardiovasculares, dermatites e câncer, segundo o Inca, e o mesmo vale para o narguilé, que pode conter ainda mais nicotina do que um cigarro comum. Não existem evidências de que estes dispositivos ajudam as pessoas a pararem de fumar.

5. Só é possível diagnosticar a doença após o início dos sintomas

Mito. Apesar de ser uma doença silenciosa, que quase não apresenta sinais e sintomas, especialmente no início, é possível rastrear o câncer de pulmão por meio de exames de imagem preventivos, como tomografia de tórax de baixa dosagem anual, indicado para pessoas com histórico de tabagismo acima dos 55 anos. Quanto mais precoce o diagnóstico, maior a chance de cura.

6. O câncer de pulmão tem cura

Verdade. Existem diversas possibilidades de tratamento e abordagens para a cura do câncer de pulmão. Pode ser indicado o tratamento cirúrgico, além da quimioterapia e a imunoterapia. Com o avanço da medicina e da tecnologia, existe também a possibilidade de tratamento personalizados.

7. Um médico sozinho pode tratar um paciente com a doença

Mito. Oncologistas, pneumologistas, cirurgiões torácicos ou rádio-oncologistas podem ser envolvidos no tratamento de um paciente com câncer de pulmão, auxiliando nas decisões clínicas e acompanhando o pacientes antes, durante e depois do período de tratamento.

Fonte: Pedro Nabuco, cirurgião toráxico do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo) e do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo)