Filha de Juliano Cazarré volta para UTI; entenda a anomalia rara da caçula
A filha mais nova do ator Juliano Cazarré precisou ser internada às pressas na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Letícia, esposa do ator, publicou nas redes sociais que amanheceu no hospital com a caçula ontem (12). Maria Guilhermina precisou colocar um stent (pequeno tubo para restaurar o fluxo sanguíneo em uma artéria) e passar por um cateterismo.
"Ontem nossa pequena Maria Guilhermina voltou para a UTI inesperadamente. Ela estava bem, mas a saturação baixou, começou a oscilar e nossos (super!) médicos ligaram o sinal amarelo e preferiram internar para cuidar dela de perto", escreveu a mãe no Instagram.
A bebê nasceu no dia 21 de junho e, logo após o parto, precisou passar por uma cirurgia para corrigir uma anomalia rara no coração. Maria Guilhermina havia recebido alta do hospital no dia 1° de agosto. Ainda na gestação, foi identificado que a criança nasceria com anomalia de Ebstein.
"Ao longo da gestação, os médicos perceberam que o caso dela seria um dos mais raros e graves dentro da anomalia e, por isso, decidimos vir para São Paulo para que ela pudesse nascer com a equipe mais especializada", afirmou o casal na época do nascimento da filha.
O que é anomalia de Ebstein?
É uma cardiopatia congênita (quando a criança já nasce com o problema) que afeta a válvula tricúspide, responsável por separar o átrio direito do ventrículo direito do coração, segundo Juliana Rodrigues Neves, especialista em cardiologia pediátrica e diretora do Departamento de Intervenções em Cardiopatia Congênitas da SBHCI (Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista).
"A válvula tricúspide é a porta de entrada do coração, que permite que os vasos que trazem o sangue já usado (retirado o oxigênio pelo corpo), retorne ao coração, passando pela válvula tricúspide e seguindo para o pulmão, que vai receber esse oxigênio de volta", explica.
De acordo com a médica, a anomalia de Ebstein é considerada uma cardiopatia congênita rara e, na sua forma neonatal como foi o caso da Maria Guilhermina, é extremamente rara.
"A cardiopatia congênita do tipo anomalia Ebstein ocorre em 1 a cada 20 mil recém-nascidos. Então, é extremamente raro. Em relação às cardiopatias congênitas corresponde a 0,5 % entre as diagnosticadas na infância", diz.
Como é feito o diagnóstico e tratamento
José Cícero Stocco Guilhen, cirurgião cardiovascular pediátrico do Hospital e Maternidade Santa Joana (SP) explica que a suspeita do problema pode ser feita durante a gestação pelo ultrassom morfológico.
"Toda gestante deve fazer para avaliar a anatomia ou se existem anomalias no desenvolvimento do feto. Se houver alguma suspeita de alteração no coração, essa gestante deve ser encaminhada para fazer um exame chamado ecocardiograma fetal, quando a anomalia de Ebstein é diagnosticada e avaliada", afirma o médico.
A cirurgia de reparação vai depender do grau da anomalia, segundo Guilhen. "Nos casos graves e mais extremos, essa criança pode ser operada inclusive no período neonatal", diz. Ele explica que essa situação é ainda mais rara.
Neste caso, é realizada uma cirurgia paliativa, já que a válvula ainda é muito fina e pequena. "A cirurgia consiste no fechamento dessa válvula com um retalho de um tecido inorgânico. A gente reduz o tamanho do átrio direito, abre um buraco entre os átrios, para que o sangue misture do lado direito e esquerdo e, depois, coloca um tubo para passar o sangue pro pulmão", explica o cirurgião.
Por volta dos 6 meses, os médicos retiram esse retalho e realizam a cirurgia de plástica na válvula tricúspide, para que ela passe a funcionar adequadamente. "Claro que tudo depende do grau da doença e de cada apresentação, mas essa criança pode, sim, levar uma vida normal ou muito próximo disso, após a reparação", conta Guilhen.
*Com infomações de matéria publicada em 23/06/2022
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