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Posso doar um rim ao meu irmão mesmo que meu tipo sanguíneo seja diferente?

Daniel Navas

Colaboração para o VivaBem

16/08/2022 04h00

Depende. Os tipos sanguíneos do doador e receptor são fatores importantes na compatibilidade, mas eles não necessariamente precisam ser os mesmos. Os compatíveis são:

  • Doadores com sangue tipo A: podem doar para receptores com sangue tipo A e AB;
  • Doadores com sangue tipo B: podem doar para receptores com sangue tipo B e AB;
  • Doadores com sangue tipo AB: podem doar apenas para receptores com sangue tipo AB;
  • Doadores com sangue tipo O: são compatíveis com qualquer outro tipo sanguíneo.

Além da compatibilidade sanguínea, fatores como antígenos de histocompatibilidade (HLA) e prova-cruzada (cross-match) também fazem parte dos passos para a doação.

O teste de histocompatibilidade é feito para identificar a compatibilidade entre células, tecidos e órgãos do doador e do receptor. Afinal de contas, os tecidos de cada pessoa, com exceção de gêmeos idênticos, geralmente são diferentes uns dos outros. E quanto melhor a compatibilidade, maior sucesso terá o transplante.

Já a prova cruzada é um exame feito para identificar se o receptor é capaz de produzir anticorpos que podem rejeitar o órgão doado, o que sugere uma incompatibilidade.

Além desses testes, o doador tem que passar por avaliação clínica, exames laboratoriais e de imagem. Eles servem para avaliar a funcionalidade e normalidade anatômica dos rins e, principalmente, a segurança para esse doador, que ficará com apenas um rim em funcionamento.

É importante saber que a legislação brasileira permite a doação entre parentes até o quarto grau de parentesco, ou entre cônjuges, desde que o doador seja compatível.

Para os casos de candidatos à doação que não sejam parentes, o processo só pode ser realizado com autorização judicial e após a aprovação do comitê de ética do hospital que irá fazer o procedimento.

Fontes: Marcos Vinicius de Sousa, médico nefrologista do Programa de Transplante Renal do HC-Unicamp (Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas); Marina Harume Imanishe, head de nefrologia adulto do A.C.Camargo Cancer Center, em São Paulo; Ronaldo Esmeraldo, chefe do setor de transplantes do HGF (Hospital Geral de Fortaleza); Teresa Cristina Alves Ferreira, responsável técnica pelo serviço de transplante renal do HUUFMA (Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão).

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