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Conexão VivaBem

Dicas para ajudar a cuidar do corpo, da mente e da alimentação de forma descomplicada


Ouvir música prestando atenção na letra pode ser meditação; veja mais dicas

Colaboração para VivaBem

20/08/2022 04h00

Cada vez mais pessoas têm buscado meditar em busca de uma vida mais leve e saudável. Mas fica o desafio: como começar? Será que existe um tempo ideal para a prática? Marcelo Demarzo, médico e pesquisador especialista em mindfulness, tira dúvidas sobre meditação e mindfulness e dá dicas para iniciar a prática no sexto episódio da quarta temporada do Conexão VivaBem.

O que é mindfulness?

Mindfulness é um treinamento da atenção com técnicas para a pessoa estar mais focada e consciente. Dermazo diz que uma dessas técnicas, inclusive considerada uma das mais antigas e eficazes, é a própria respiração.

Uma outra, bem simples, é a prática dos três passos, dura de 1 a 2 minutos e pode ser feita várias vezes por dia. Neste exercício, a proposta é basicamente se perceber, notar se tem alguma sensação física, pensamento, sentimento, depois se conectar com duas, três respirações e voltar a perceber o corpo.

Esvaziar a mente é uma condição para meditar?

Não. Quem medita há muito tempo pode observar que a mente não produz só pensamentos, ela tem espaços em branco. A pessoa pode experimentar esvaziar a mente, mas não é o objetivo da meditação, e, sim, controlar a atenção —metade do tempo nossa atenção tende a divagar, ir para outro lugar.

"Se eu treino mindfulness, meditação, consigo perceber que a minha mente foi embora e trazê-la de volta. Eu controlo melhor a minha atenção, e onde eu a coloco."

Ouvir uma música prestando atenção na letra pode ser considerado meditação?

Sim. Existem as técnicas que são as práticas formais, e as informais que a gente usa no dia a dia, como por exemplo, olhar no celular, comer, conversar com alguém. "São práticas informais que também ajudam a desenvolver a atenção".

O pesquisador diz que depois que a pessoa aprende o que é mindfulness, meditação e desenvolve a técnica, qualquer coisa vira meditação.

Quem pode praticar?

Qualquer pessoa pode fazer mindfulness: crianças, adultos e idosos. No caso das crianças, existem técnicas específicas que são aplicadas de maneira lúdica e com brincadeiras.

"Tem vários benefícios, um deles logicamente é treinar a atenção, mas tem um outro, talvez mais importante, que é a regulação emocional. As crianças conseguem perceber as emoções e lidar melhor com elas, tanto as positivas como negativas. Isso vai ter um efeito ao longo da vida, diminui a ansiedade, a depressão e os traumas lá na frente", explica o médico.

O que a meditação faz com o nosso corpo e mente?

De forma geral, a meditação melhora a atenção plena, promove bem-estar e traz uma maior consciência sobre os pensamentos, comportamentos e emoções. Vale ressaltar que existem vários tipos de meditação e centenas de técnicas, com diversas funções e benefícios.

Tem um tempo ideal para meditar todo dia?

O primeiro ponto é fazer e ter regularidade. Quanto mais fizer, melhor, mas segundo algumas pesquisas, se a pessoa meditar em média 15 minutos por dia, ela já verá os benefícios naturalmente.

Uma pessoa fica completamente zen só de fazer meditação?

Dermazo diz que não é o objetivo da meditação que a pessoa se torne zen e que isso pode até criar uma barreira porque temos a vida bagunçada. Ele explica que com a prática, o indivíduo consegue lidar melhor com os aspectos positivos e negativos do dia a dia.

"Continuaremos sendo seres humanos, temos fatores de estresse, questões familiares, de trabalho. O que conseguimos é lidar melhor."

Existe alguma contraindicação para meditação/mindfulness?

Em princípio, qualquer pessoa pode fazer, o que existe é o que se chama de contraindicação relativa, isto é, não é o momento certo para fazer.

Pessoas com um quadro depressivo muito forte, de ansiedade, com algum transtorno de personalidade mais grave, como esquizofrenia. Nesses casos, elas devem primeiramente se tratar e entrar em uma fase mais estável do tratamento ou fazer o programa correto.

Segundo o médico, há programas para indivíduos com esquizofrenia, epilepsia, etc. "Qualquer pessoa pode fazer, mas tem a indicação correta e o momento certo para fazer."