Hepatite viral: entenda quadro que jogador David Luiz suspeita ter
Durante a partida entre São Paulo e Flamengo, na quarta-feira (24), no Morumbi (SP), o zagueiro David Luiz precisou ser substituído no intervalo do jogo. Ele apresentava sintomas de hepatite viral e fará exames nesta quinta-feira (25) para saber se, de fato, está com a doença.
Oficialmente, o time ainda não fez nenhum comunicado, algo que deve ocorrer após pronunciamento do departamento médico na próxima sexta-feira (26). Nesta quinta, o time está de folga. A informação inicial do quadro clínico do defensor foi confirmada pelo UOL Esporte.
O que é hepatite viral
Primeiro, é importante entender que "hepatite" é o termo genérico que define uma infecção ou inflamação no fígado. Esse órgão é conhecido como o filtro do organismo. É ele o encarregado de processar alimentos, filtrar o sangue e combater infecções. O uso pesado de álcool, drogas, alguns tipos de medicamentos e até determinadas doenças podem afetá-lo.
Outra situação capaz de atrapalhar o funcionamento do fígado é a infecção por vírus, chamada hepatite viral. Nesses casos, as hepatites são classificadas pelas letras do alfabeto: A, B, C, D e E. No Brasil, 70% das mortes por hepatites virais decorrem dos tipos mais comuns entre nós: a C, seguida pela B e a A.
O que é cada tipo
- Hepatites A e E: são transmissíveis por meio do consumo de água e alimentos contaminados. Os médicos podem se referir a esse tipo de contaminação como transmissão oral-fecal.
- Hepatite B: é considerada uma IST (Infecção Sexualmente Transmissível). Logo, a infecção se dá, principalmente, por relações sexuais sem proteção. Contudo, pode haver contágio por via sanguínea --nesse caso, decorrerá, por exemplo, do compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos cortantes ou que furem.
- Hepatite C: seu contágio é percutâneo, ou seja, sangue contaminando outro sangue. Estamos falando de todo utensílio que perfura a pele (alicates, instrumentos cirúrgicos, seringas, agulhas etc.). E até por relações sexuais sem proteção o vírus se espalha, basta que haja alguma lesão na mucosa local.
- Hepatite D ou Delta: requer sempre a companhia do vírus B para se multiplicar. Ele é mais comum na região amazônica ocidental. A transmissão se dá por via sanguínea e por relações sexuais sem proteção.
- Hepatite E: mais rara no Brasil. Como na hepatite A, a transmissão se dá na forma oral-fecal. Cuidados como consumir somente água tratada, bom cozimento dos alimentos, especialmente carne suína (o vírus pode afetar rebanhos suínos), ajudam na prevenção.
Atenção: nas hepatites B, C e D, a transmissão dos vírus pode ocorrer por meio da chamada transmissão vertical, isto é, durante a gravidez ou no parto.
Como diagnosticar doença e qual é o tratamento
No jogo desta quarta, David Luiz aparentava bastante abatimento e cansaço, por isso cedeu o lugar a Fabrício Bruno na defesa do Flamengo. Embora a doença não cause tantos sintomas, pode acontecer que, em uma infecção aguda —aquela que aparece de repente e dura apenas algumas semanas (de duas a seis semanas)—, ou até mesmo nas crônicas, quando a infecção já ocorreu há mais de seis meses, os seguintes sintomas se manifestem:
- Febre
- Cansaço
- Perda do apetite (rejeitando carne vermelha, inclusive)
- Náuseas
- Vômito
- Dor abdominal
- Urina escura (colúria)
- Fezes claras
- Dor articular
- Pele e olhos amarelos (icterícia)
- Tontura
- Mal-estar
- Rejeição ao cigarro, quando a pessoa é fumante.
Como é o diagnóstico e o tratamento
Em entrevista à TV Globo, o jogador disse que estava com "um probleminha mais sério". "Vou fazer uns exames. Depois eu falo para vocês o que é", falou.
Mas como é feito esse diagnóstico da hepatite viral? Seja na forma aguda, seja na crônica, o médico deve conversar com o paciente para investigar alguma pista de um possível contágio. Na hepatite aguda, em cerca de 30% dos pacientes os sintomas podem estar presentes. Neste caso, serão solicitados exames específicos para cada vírus (A, B ou C).
No tratamento, as hepatites agudas, virais e induzidas por toxidade geralmente são autolimitadas, ou seja, elas se resolvem de forma espontânea e desde que seja suspensa a droga ou medicamento suspeito. Mas há casos graves que evoluem rapidamente, chamadas pelos médicos de hepatites fulminantes.
Nessas situações, o tratamento é a indicação de transplante. Nas hipóteses de hepatites crônicas (B e C), o tratamento é realizado com o uso de medicamentos antivirais específicos. Se a causa for o consumo de álcool, haverá restrição completa de sua ingestão.
Os especialistas lembram que desde que o tratamento (disponível na rede pública) seja adequado e acompanhado por um médico, é possível evitar que a hepatite crônica progrida para as formas mais graves.
*Com informações de reportagem publicada em 16/07/2019.
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