Topo

Saúde

Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


'Não consigo nem falar', diz Mike Tyson sobre dor ciática; entenda o que é

Ex-pugilista contou que sofre com crises de dor ciática - Reprodução/Instagram
Ex-pugilista contou que sofre com crises de dor ciática Imagem: Reprodução/Instagram

Do VivaBem*, em São Paulo

30/08/2022 18h39

O ex-pugilista Mike Tyson, 56, contou que sofre com dor ciática, também conhecida como ciatalgia ou apenas ciática. Neste mês, ele foi fotografado em uma cadeira de rodas no Aeroporto Internacional de Miami (EUA) —veja a imagem abaixo.

"Tenho ciática e de vez em quando aparece esse problema. Quando ela começa, não consigo nem falar. Graças a Deus é o único problema de saúde que tenho. Estou esplêndido agora", disse em entrevista ao programa de TV norte-americano "Newsmax TV".

Quando o ex-campeão mundial dos pesos pesados foi clicado neste mês, o jornal Daily Mail afirmou que ele poderia estar enfrentando uma crise no nervo ciático. Em julho, Tyson causou polêmica ao afirmar que o seu "vencimento" estaria próximo. "Todos nós vamos morrer um dia, é claro. Quando eu olho no espelho e vejo essas manchas no meu rosto, eu fico tipo 'Uau, isso significa que minha data de validade está chegando muito em breve'."

A dor ciática é um incômodo profundo ou queimação que começa nos glúteos e pode irradiar até os pés, causando peso nas pernas e formigamento. Ela ocorre de repente, por isso é classificada como aguda, e decorre de uma compressão que gera ação inflamatória bastante intensa.

Em geral, o pico de incidência da condição é em pessoas a partir dos 40 anos e pode acometer de 10% a 40% da população ao longo da vida —sendo igualmente prevalente entre homens e mulheres. Em 90% das pessoas, a expectativa é que os sintomas se resolvam em até 40 dias.

Mike Tyson foi visto em cadeira de rodas no aeroporto em Miami - Reprodução/Twitter - Reprodução/Twitter
Mike Tyson foi visto em cadeira de rodas em aeroporto de Miami (EUA)
Imagem: Reprodução/Twitter

O que causa dor ciática?

Toda condição que modifica ou comprime a estrutura do nervo ciático pode levar à dor ciática. Entretanto, a causa mais comum do incômodo é a hérnia de disco, ou seja, o extravasamento do núcleo gelatinoso existente entre as vértebras da coluna. Imagine que cada vértebra é um daqueles chicletes que contêm uma parte líquida em seu interior. A hérnia de disco ocorre quando há o extravasamento do conteúdo interior.

Entre os idosos, o problema pode decorrer de processos degenerativos naturais como a estenose, que leva ao estreitamento do canal espinhal por onde passam os nervos.

Veja, a seguir, outras causas mais raras dessa sensação dolorosa:

  • Espondilolistese (escorregamento ou deslizamento de uma vértebra sobre a outra);
  • Síndrome do piriforme (aumento do músculo da região glútea pressiona o nervo);
  • Doenças do nervo causada por vírus como herpes;
  • Tumores.

Quais são os sintomas da ciática?

A maioria das pessoas descreve a sensação dolorosa como um "músculo machucado" ou "pontadas" que podem ter se manifestado após uma prática física mais intensa (longa caminhada), ou mesmo após a permanência na posição sentada por longo período.

Além dessas particularidades, também é possível observar:

  • Sensação de formigamento (parestesia) na panturrilha, perna e pé (tanto no dorso quanto na planta), a depender de qual raiz do nervo está comprimida;
  • Redução de sensibilidade (adormecimento ou levemente anestesiado);
  • Dor ao flexionar o joelho para trás;
  • Dor ao dobrar a coluna;
  • Dor ao caminhar;
  • Dor ao tossir;
  • Perda de força na perna (nos casos mais graves).

Quem precisa ficar mais atento?

Todas as pessoas podem ter algum episódio de dor ciática ao longo da vida, mas elas são mais comuns entre os grupos abaixo:

  • Praticantes de atividade física (intensa ou não) que já tiveram dor ciática no passado;
  • Motoristas de caminhão;
  • Operadores de máquinas;
  • Trabalhadores submetidos a posições não ergonômicas (carregadores de cargas, por exemplo).

Quando é a hora certa de procurar ajuda?

A dor é um sinal físico de que algo não está bem. Por isso, quando ela é pontual e aparece depois de um impacto decorrente de um exercício, um analgésico comum pode resolver o problema.

Mas se ela apareceu de repente, é intensa, reduz a capacidade de se movimentar e altera a sensibilidade, evite se automedicar e procure ajuda médica o quanto antes. O uso de anti-inflamatórios e analgésicos sem prescrição médica pode causar ou agravar problemas gastrointestinais.

Conheça as opções de tratamento

A maioria dos casos se resolve no período de quatro a seis semanas, mas é possível ter de esperar até 90 dias para se recuperar completamente. Por isso, o indicado é seguir as orientações médicas, ter paciência, e colaborar com o tratamento. A depender da gravidade do caso, o médico tem as seguintes estratégias à disposição:

  • Orientações posturais (como levantar-se, sentar-se, melhor posição para dormir);
  • Medicamentos (analgésicos e anti-inflamatórios);
  • Reabilitação física (fisioterapia, RPG, entre outras práticas físicas para fortalecer e alongar os músculos da região, evitando a compressão das raízes nervosas);
  • Infiltrações (injeção de corticoide no local, que tem alta eficácia contra a dor);
  • Cirurgia (a única indicação absoluta é a presença de déficit neurológico progressivo).

Dor ciática pode ser crônica?

Sim. Toda dor que perdura no tempo —no caso, mais de três meses— já é considerada crônica. Por isso, tão logo comece o mal-estar, procure ajuda especializada.

Entretanto, pode acontecer de algumas pessoas, mesmo tratadas corretamente, não apresentarem a resposta esperada pelos médicos. Nesses casos, a intervenção de uma equipe multidisciplinar especializada em dor pode ser a solução.

*Com informações de reportagem publicada em 21/01/20.