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Tem frequência ideal? Quanto tempo dura? Veja 8 dúvidas comuns sobre sexo

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Imagem: iStock

Do VivaBem*, em São Paulo

06/09/2022 13h07

Quando feito com proteção e consentimento, o sexo faz bem à saúde. Redução do estresse, aumento da autoestima e melhora na qualidade do sono são alguns dos benefícios da prática que já foram atestados pela ciência.

Mas será que existe uma frequência "ideal" para fazer sexo? E ficar sem transar por muito tempo, faz mal à saúde? É normal sentir dor durante a relação? No Dia do Sexo, VivaBem responde 8 dúvidas comuns quando o assunto é saúde sexual.

1. É normal sentir dor durante o sexo?

Muitas mulheres dizem que sentem alguma dor durante a primeira relação sexual. O incômodo pode surgir principalmente quando não há o relaxamento dos músculos do assoalho pélvico, localizado na região entre ânus e genitais, além de fatores como ansiedade e medo.

Quando o incômodo é recorrente, no entanto, isso pode ser um sinal de que algo não vai bem e, por isso, precisa ser investigado. A dor pode estar relacionada a vários fatores, desde a pouca excitação e baixa lubrificação da vagina até aos sintomas de alguma doença. Uma das causas mais comuns de dor na hora do sexo entre o público feminino é a endometriose, considerada a segunda doença ginecológica mais frequente entre as mulheres.

2. Existe uma frequência ideal para fazer sexo?

Diversos estudos já tentaram responder a essa pergunta. Um deles, por exemplo, realizado pela Universidade de Toronto, no Canadá, revelou que o ideal é transar uma vez por semana. Por outro lado, a prática sexual não significa que a pessoa seja mais satisfeita. Outra pesquisa, realizada na Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, concluiu que o ato sexual, sozinho, não é responsável por aumentar o nível de felicidade.

A verdade é que não existe um número mágico de relações sexuais que seja considerado normal ou mais recomendado. O importante é que o casal esteja alinhado e ambos consigam aproveitar quando acontecer.

3. Quanto tempo dura uma transa?

A duração "normal" de uma relação sexual é outra questão que intriga cientistas. Segundo um levantamento internacional que envolveu 500 casais heterossexuais, a média de tempo de duração do sexo é de 5 minutos e 24 segundos.

A pesquisa incluiu pessoas da Holanda, da Espanha, do Reino Unido e dos Estados Unidos, e aferiu somente o tempo entre a penetração vaginal e a ejaculação —ou seja, não incluiu as "preliminares".

De maneira geral, não existe uma duração tida como normal para uma relação sexual: o tempo pode variar de acordo com o que as pessoas consideram ser mais ou menos desejável.

4. Qual a média de tamanho do pênis?

Um estudo britânico publicado na revista científica de urologia BJU International apontou que, ereto, um pênis mede, em média, 13 cm de comprimento e, em repouso, 9 cm. Já a circunferência média (espessura) fica em cerca de 11 cm (quando ereto) e 9 cm (em repouso).

Ao longo de 17 análises foram investigados mais de 15 mil homens. Porém, a maioria caucasiana ou do Oriente Médio. Segundo o mesmo estudo, apenas 2% têm pênis muito pequenos, bem abaixo da média, o que também corresponde aos que têm pênis grandes.

No Brasil, a média de tamanho do pênis é de 12,5 a 14,5 cm de comprimento, em ereção, o que equivale a uma caneta esferográfica sem ponta, por exemplo. Dados de medições (antropometrias) penianas apresentados em congressos da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia) mostram que na população masculina brasileira os valores da "normalidade" para pênis ereto ficam entre 10,5 cm e 17,5 cm.

5. Ficar sem transar por muito tempo faz mal à saúde?

Do ponto de vista físico, não. Ficar sem transar por longos períodos não causa qualquer alteração nos órgãos sexuais em si. Tanto os órgãos masculinos como os femininos se mantêm funcionando normalmente e ficam no aguardo de uma próxima interação. Deixar de transar não vai dificultar ter orgasmos, por exemplo.

No entanto, do ponto de vista psicológico, pode haver alguns prejuízos, como o aumento de estresse e ansiedade. Isso porque o sexo também tem uma função relaxante e antidepressiva, já que hormônios e neurotransmissores liberados durante o ato em si e o orgasmo ajudam a controlar esses e outros sintomas ligados à depressão.

Mas, se o sexo não faz falta para a pessoa, ficar sem transar pode não oferecer prejuízos a sua saúde emocional. Se a atividade é evitada por medos, limitações ou julgamentos, a dica é tentar entender por que o problema afeta a vida sexual.

6. E sexo "demais", faz mal à saúde?

Quando o ritmo das transas é muito alto, os órgãos sexuais podem acabar sofrendo um pouco. Isso porque o "excesso de uso" pode provocar irritação, desconforto e até um processo inflamatório tanto no pênis como na vagina.

Por isso, é recomendado que, em caso de desconforto, a pessoa procure um médico para avaliar o problema.

7. Pode engolir esperma?

O esperma (ou sêmen), fluído produzido pelas glândulas vesícula seminal e próstata, por si só não oferece risco à saúde —mas também não existe comprovação científica de que traga algum benefício.

O líquido é composto por uma série de substâncias, como proteína, frutose, vitaminas e minerais, além do espermatozoide, e nenhuma delas é prejudicial. O problema se dá quando o homem está infectado com alguma IST (infecção sexualmente transmissível).

Neste caso, se a outra pessoa tiver uma lesão ou mesmo uma microfissura na boca ou na orofaringe, ao engolir o esperma —ou apenas ficar com ele na boca—, fica suscetível a contrair enfermidades como HPV, sífilis, clamídia e gonorreia. Ou seja, o que acontece é que os machucados funcionam como porta de entrada para os microrganismos. Por isso, é indispensável o uso de preservativo.

Para os casais que não abrem mão da ejaculação na boca, é aconselhável procurar periodicamente um médico para fazer os exames necessários e ter certeza de que estão saudáveis. Caso as pessoas tenham acabado de se conhecer ou se encontrem eventualmente, o mais sensato é evitar a prática.

8. Pode transar durante a gravidez?

A contraindicação de fazer sexo durante a gravidez só vale em situações em que há ameaça de aborto espontâneo; placenta prévia (quando a placenta não se forma no local correto e fica na parte de baixo do útero, podendo sangrar durante o ato sexual); infecções graves; rompimento do saco gestacional; ou em casos específicos de sangramento, hipertensão e parto prematuro.

Na ausência desses problemas, é possível manter relações sexuais durante toda a gestação —no final, pelo tamanho da barriga, o sexo com penetração pode ser um pouco incômodo.

*Com informações de reportagens publicadas em 22/01/2020, 06/07/2020, 06/09/2021, 12/01/2022, 01/06/2022 e 11/08/2022.