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Água, frio, sêmen e celular: parece absurdo, mas há alergia a isso e mais

Existem alergias desencadeadas por coisas que você nem imagina - Getty Images
Existem alergias desencadeadas por coisas que você nem imagina Imagem: Getty Images

Colaboração para VivaBem, de São Paulo

07/09/2022 04h00

A alergia acontece quando o sistema de defesa de nosso corpo tem uma reação exagerada a determinadas substâncias que, embora sejam bem suportadas pela maioria dos indivíduos, são vistas como "inimigas" para alguns organismos.

Poeira, mofo, pólen, pelos de animais e determinados alimentos, como camarão, nozes e trigo, são os principais causadores de alergias. Mas existe uma pequeníssima parcela da população cujo organismo não suporta coisas ainda mais triviais, como a água, o calor e o frio.

Fugindo da água

A urticária aquagênica é bastante rara e atinge, principalmente, mulheres durante ou após a puberdade. O problema é que, até agora, não se sabe ao certo o que desencadeia esse tipo de reação.

Algumas pesquisas apontam que quando a água entra em contato com a camada mais externa da pele, há a liberação de compostos tóxicos que levam a uma reação imunológica.

Em 2016, Rachel Warwinck, uma jovem britânica de 26 anos na época, ganhou destaque na mídia por conta de sua alérgica incomum a água. Além do banho, Rachel sofria com o suor, lágrimas e até mesmo quando bebia água. O contato com o líquido desencadeava uma reação na pele da britânica deixando-a cheia de bolhas, irritada e vermelha.

Outra jovem chamou atenção do mundo por ter esse tipo de doença rara. Abigail Beck, de 15 anos, mora nos EUA, e assim como Rachel, se chorar, beber água ou tomar banho regularmente, aparecem erupções cutâneas extremamente dolorosas em sua pele. Apesar de ter sintomas há três anos, a adolescente só recebeu o diagnóstico de urticária aquagênica em abril de 2022.

Correndo do frio

Outro tipo de alergia bem rara é a urticária ao frio. Pessoas que têm esse tipo de condição, quando se expõem a temperaturas baixas, mesmo em pequenas quantidades, na forma líquida ou sólida, como objetos gelados, sentem coceira, calafrios, dor de cabeça e até febre.

Há casos em que a pessoa tem alergia ao frio do vaso sanitário, ao sentar, ao ar-condicionado e até a sorvetes e bebidas geladas. Pode acontecer ainda de a reação acontecer quando uma pessoa está correndo e sente o vento bater, por exemplo.

Xô, exercício físico

Até parece mentira, mas realmente existem pessoas que são alérgicas a exercícios físicos, podendo, inclusive ter um choque anafilático (reação alérgica grave que pode matar).

Os sintomas deste tipo de alergia são: coceira, sensação de calor generalizado, vergões e inchaço na pele. Eles costumam se manifestar entre dois e 30 minutos após a realização das atividades.

Confira outros tipos de alergias bizarras:

Celular

Além da possibilidade de aumentar as chances de desenvolver determinados tipos de câncer, o uso excessivo do aparelho pode causar a chamada "dermatite de celular", que afeta, principalmente, orelhas, bochechas e ponta dos dedos, deixando as áreas vermelhas e irritadas.

A alergia está relacionada a presença do níquel, um metal usado na composição de alguns celulares e outros produtos, como relógios e joias.

Estímulo vibratório

Parece improvável, mas dirigir uma moto ou somente usar um cortador de grama, pode ser o suficiente para desencadear uma reação alérgica. Ela surge minutos após o estímulo e pode permanecer por até meia hora. Os poucos casos conhecidos indicam que esse tipo de alergia é hereditário.

Sêmen

A alergia ao líquido seminal é um distúrbio raro e pouco conhecido. Por isso, fique atento aos sintomas: coceira na região da vagina e vermelhidão, que aparecem imediatamente após o sexo, sendo a maior parte nos 30 primeiros minutos. Para evitar este tipo de alergia é bem fácil, só usar preservativos.

Luz solar

Conhecida como urticária solar, a exposição à luz do Sol provoca feridas no corpo de quem sofre com a sensibilidade. Normalmente, a reação aparece logo após a exposição, mas em casos raros pode se manifestar até 72 horas após o "banho de sol".

Fonte: Alexandra Sayuri Watanabe, diretora da ASBAI (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia)