Cerveja, vinho, uísque: veja como 10 bebidas alcoólicas prejudicam a saúde
Com o envelhecimento, o organismo passa por uma série de transformações, que inclusive podem alterar a duração e o efeito de bebidas alcoólicas. Mesmo que se tome a mesma quantidade de álcool de sempre, a taxa de alcoolemia (concentração passageira de álcool no sangue), assim como a sensibilidade a ressacas e a frequência de inflamações aumentam.
Quanto às doenças decorrentes do alcoolismo, se manifestam sobre diversos órgãos, sendo algumas fatais. Sem contar que, a longo prazo, as habilidades cognitivas ficam comprometidas. Portanto, o melhor para sua saúde é não consumir ou consumir o mínimo de álcool possível.
A seguir, VivaBem, com ajuda de especialistas, explica mais os efeitos de algumas bebidas:
1. Cerveja
Em comparação com os destilados, ela tem menos calorias (350 ml tem cerca de 120 kcal) e menor teor alcoólico, cerca de 5 a 9%. O uísque possui de 38% a 54% de concentração. Porém, contém carboidratos e glúten, que resultam em retenção de gordura, inflamação e lentificação do metabolismo. Por ser muito diurética, a cerveja também pode levar o idoso, que tem menos água corpórea, à desidratação mais fácil e alterar os efeitos da insulina em diabéticos.
2. Vinho tinto
Uma taça de vinho seco com 150 ml tem cerca de 120 calorias. Já o teor alcoólico pode chegar a 14%, por volume. Devido à presença da substância histamina, é uma bebida que aumenta vermelhidão, inchaço e coceira —esta última, em idosos, pode ser potencializada, pois eles têm a pele mais ressecada. Sobre o consumo de uma taça de vinho seco ao dia fazer bem à saúde, pode se dizer que não há consenso médico, se você não bebe, é melhor que continue assim.
3. Cachaça
No Brasil, o teor alcoólico máximo alcança 48% e uma dose de 50 ml pode ter 115 calorias. Quanto mais forte, maiores os riscos. Ingerida, mesmo em pequenas quantidades, é capaz de alterar comportamento e equilíbrio, predispondo a quedas e fraturas, que para o idoso podem ser fatais. Cachaça causa ainda gastrite, cirrose, câncer, impotência e antecipa demências.
4. Uísque
Tem alto teor alcoólico e cerca de 240 calorias por dose de 100 ml. Combinado a remédios pode anular a ação ou potencializá-la, ainda mais por ser uma bebida de absorção e efeito rápidos, o que também aumenta os riscos de gerar dependência. Segundo um estudo de 2019, publicado na revista Cancer, menos de um copo de uísque (35 ml) por 10 anos aumenta o risco de câncer em 5%. Fora hepatite, perda de vitaminas, pancreatite, insuficiência renal.
5. Vinho branco
Pode parecer fraquinho (possui cerca de 11% de álcool), mas além de acarretar dor de cabeça e náuseas no dia seguinte, sobretudo espumante, a bebida, por ser rica em açúcar, leva à inflamação sistêmica. Ou seja, contribui para dano celular, aumento do envelhecimento da pele, além de diabetes, doenças cardiovasculares, transtorno depressivo e risco de Alzheimer.
6. Vodca
A quantidade de álcool da vodca fica em torno dos 40% e de calorias, 480 para 200 ml. Em coquetéis, com suco, xarope de frutas ou leite condensado, vira uma bomba, por conta dos açúcares e carboidratos. Com energéticos também é desaconselhada. Há risco de aumento da pressão arterial, arritmia cardíaca e outros sérios agravos, que podem levar idosos ao hospital.
7. Gim
Produto da fermentação de vários cereais, seu teor alcoólico varia entre 40% e 50% e suas calorias ficam na casa das 60 por dose, comprometendo pouco a dieta. No entanto, é preciso consumo moderado, sendo preferível diluí-lo e tomá-lo durante refeições, para sua absorção ser mais lenta. Quando se bebe demais, tem efeito tóxico sobre o cérebro e prejudica o fígado.
8. Conhaque
Obtido da destilação do vinho ou a partir de um suco de fruta fermentado, o conhaque ou brandy possui cerca de 40% a 60% de teor alcoólico e 140 calorias por taça de 50 ml. Não "aquece" a voz como muitos acreditam, mas, assim como bebidas alcoólicas potentes, provoca irritação do trato vocal se consumido em excesso, acelerando o envelhecimento da voz, que adquire som fraco e rouco.
9. Rum
Não se engane pelo aroma suave, seu teor de álcool é alto, fica entre 35% e 70% e uma dose de 50 ml pode conter 110 calorias. Resumindo: é uma bebida muito forte e rica em açúcar. É ainda comumente misturado com refrigerantes de cola, originando o famoso drinque Cuba Libre. Portanto, o consumo frequente é um fator de risco para obesidade, diabetes, inflamações e cardiopatias.
10. Tequila
De origem mexicana, seu teor alcoólico pode alternar de 27% a 40% de álcool e no que compete às calorias, em 50 ml pode haver 110 delas. Por conta disso, deve ser evitada, em especial acompanhada de comidas. O drinque margarita, que inclui sal, açúcar e licor à tequila, pode ser mais perigoso. No longo prazo, leva à aparência envelhecida e inchada, de ressaca.
Fontes: Edvânia Soares, nutricionista da Estima Nutrição, em São Paulo; Gabriela Cilla, gastróloga e nutricionista da Clínica NutriCilla (SP); João Vicente da Silveira, cardiologista do Hospital Sírio-Libanês (SP); Luís Henrique Braga, médico pela EBMSP (Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública), psiquiatra e professor na Ipemed-Afya; e Natan Chehter, geriatra pela SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia) e da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
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