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'Piores meses da vida': entenda síndrome que Thaila Ayala teve na gravidez

Thaila Ayala no segundo episódio do videocast "Mil e Uma Tretas" -
Thaila Ayala no segundo episódio do videocast "Mil e Uma Tretas"

Do VivaBem, em São Paulo

17/09/2022 12h56

No segundo episódio de seu videocast "Mil e Uma Tretas", a atriz Thaila Ayla relembrou das dificuldades que enfrentou na gestação de Francisco, que está com 9 meses. "Tive todas as dores do planeta, (...) os piores meses e o maior desafio da minha vida", contou.

Francisco nasceu prematuro, de 33 semanas, e a atriz teve durante a gravidez condições graves, como depressão e síndrome de Hellp —caracterizada pela pressão sanguínea muito elevada, que coloca em grande perigo a vida da mãe e a saúde do bebê.

O que é a síndrome de Hellp?

É uma evolução grave da pré-eclâmpsia, doença hipertensiva (pressão alta) que tende a surgir a partir da 20ª semana de gravidez.

A condição ocorre devido a uma alteração na implantação da placenta, que aumenta a resistência nos vasos sanguíneos e faz com que a pressão se eleve.

A pré-eclâmpsia pode vir acompanhada de inchaço no corpo todo, alteração de visão, diminuição do volume urinário, falta de ar, redução do líquido amniótico etc.

O seu agravamento e evolução —a síndrome de Hellp— pode afetar e causar graves lesões nos rins, no fígado e, em casos extremos, gerar inchaço no cérebro e, eventualmente, provocar um AVC (derrame). Tudo isso traz risco de morte para a mãe.

Para o bebê, a doença também pode ser perigosa, prejudicando o crescimento e o ganho de peso, devido à perda da função da placenta que, em caso extremo, pode diminuir a passagem de oxigênio para o feto e levar à morte.

Além disso, devido aos riscos para a gestante e o filho, em muitos casos o parto precisa ser antecipado. O nascimento prematuro pode desencadear problemas de saúde no bebê como infecções, dificuldades respiratórias (necessitando do auxílio de aparelhos), atraso no desenvolvimento motor e neurológico, hemorragias intracranianas, dentre outros.

Tem cura?

Não há como "curar" a síndrome de Hellp durante a gestação, mas é possível controlar o aumento da pressão arterial até a realização do parto, com remédios anti-hipertensivos, exames e avaliações constantes.

    Em até seis semanas após o parto, a maioria das mulheres volta ao seu estado de saúde normal. No entanto, algumas ainda precisam ser acompanhadas pelos médicos e tomar remédios para controlar a pressão —uma minoria continua hipertensa para toda a vida.

    Tem como evitar?

    Segundo especialistas ouvidos por VivaBem, um planejamento e acompanhamento gestacional contribui para prevenir doenças na gravidez, saber da predisposição em desenvolvê-las ou detectá-las precocemente e controlá-las melhor.

    Fazer exercícios regularmente, alimentar-se bem, manter o peso adequado e não fumar ajudam a manter a pressão arterial adequada e reduzir o risco de pré-eclâmpsia. No entanto, os bons hábitos e o acompanhamento médico não zeram a possibilidade de desenvolver o problema.

    Por que Hellp?

    O termo vem da junção das seguintes palavras inglês:

    • Hemolysis (hemólise, que é a destruição dos glóbulos vermelhos)
    • Elevated Liver enzymes (elevação de enzimas do fígado, devido ao comprometimento do órgão ocasionado pela pressão alta)
    • Low Platelets (redução das plaquetas, que aumenta o risco de sangramento)

    Fontes (consultadas em reportagem de abril de 2020): Marina Nunes Machado, coordenadora do Departamento de Obstetrícia de Alto Risco do Hospital do Rocio; Alexandre Pupo Nogueira, ginecologista e obstetra do Hospital Albert Einstein e do Hospital Sírio-Libanês; Pedro Paulo Pereira, obstetra e ginecologista responsável pelo Pronto-Socorro da obstetrícia no HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) e Lídia Hyun Joo Myung, ginecologista e obstetra da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

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