Faro afiado: nós somos capazes de reconhecer o nosso próprio cheiro?
Os cientistas já se debruçaram para tentar entender os mecanismos que o nosso corpo tem para nos identificar. Em 2013, um artigo publicado na revista Science mostrou, pela primeira vez, evidências de que o cérebro é capaz de reconhecer nosso próprio cheiro.
Essa capacidade vem de um complexo de proteínas presente na superfície de quase todas as células do corpo humano.
Cada pessoa possui uma combinação específica desse material genético, conhecido como MHC (complexo principal de histocompatibilidade). É isso que permite ao sistema imunológico diferenciar nossas células de seres nocivos a nosso corpo.
Essa capacidade é similar à de animais como ratos e peixes na escolha seus pares. Além disso, nós também podemos usá-la para diferenciar pessoas.
Em 1995, o "estudo da camiseta suada" ficou famoso ao investigar nossa preferência por alguns cheiros.
O trabalho, publicado na revista científica Biological Sciences pelo pesquisador biológico suíço Claus Wedekind e seus colegas, concluiu que essa preferência está ligada à nossa genética.
Mulheres que não tomaram anticoncepcionais tendem a preferir o cheiro das camisetas usadas por homens cujos genes MHC eram diferentes dos delas.
No teste, as mulheres também preferiram os cheiros que mais se aproximavam do odor de seus companheiros reais ou antigos, o que sugere que a constatação do laboratório pode funcionar também na vida real.
Mas várias questões ainda precisam ser esclarecidas, como quais são os receptores presentes no nariz responsáveis pela identificação de nosso próprio cheiro e o que isso tem a ver com feromônios.
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