Vírus, bactéria, pólen, covid: conjuntivite pode ter várias causas; entenda
Algumas irritações oculares são causadas por agentes externos, como a poluição, outros por patógenos, como vírus e bactérias. Uma delas é a conjuntivite que, dependendo do fator, pode ser muito contagiosa.
Mas, é claro, precisa de acompanhamento médico para o diagnóstico e, consequentemente, o tratamento correto.
A conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, membrana transparente que reveste parte do globo ocular (o branco dos olhos, conhecido como esclera) e o interior das pálpebras. Normalmente, a doença persiste entre 7 a 15 dias, não costumando deixar sequelas. Em alguns casos, termina por contagiar ambos os olhos.
Lacrimejamento excessivo, vermelhidão, irritação, coceira e sensibilidade à luz são sintomas recorrentes de qualquer conjuntivite e somente uma análise biomicroscópica permite identificar se o problema nos olhos é provocado por bactérias, vírus ou partículas.
Caso a conjuntivite seja infecciosa, pode passar de uma pessoa para outra com facilidade, afinal, a transmissão acontece pelo contato com as secreções dos olhos do infectado. O maior período de contágio costuma ocorrer até o quarto dia, por isso a necessidade de ficar em casa e evitar ao máximo a proximidade com outras pessoas, em caso de suspeita do problema.
O que pode causar a conjuntivite?
A conjuntivite pode ser causada pela reação alérgica ao pólen espalhado no ar. Em algumas situações, a alergia a poluentes e também a agentes irritantes —como poluição, fumaça, cloro de piscina, produtos de limpeza, cosméticos e perfumes— termina por ocasionar essa inflamação.
O estado também pode se manifestar como consequência de uma infecção. Nesse caso, ela costuma ser causada por vírus e bactérias transmitidos pelo contato direto com as secreções oculares, através de objetos contaminados e das mãos.
Os principais sintomas
Inflamação em um ou nos dois olhos
Olhos vermelhos e lacrimejantes
Pálpebras inchadas
Sensação de areia ou de ciscos nos olhos
Secreção com pus (conjuntivite bacteriana)
Secreção esbranquiçada (conjuntivite viral)
Coceira nos olhos
Dor ao olhar para a luz
Visão borrada
Pálpebras grudadas ao acordar.
Conjuntivite também pode ser sintoma de outras doenças
Varíola dos macacos
Manifestações oculares também podem estar atreladas à varíola dos macacos. Na semana passada, o H.Olhos, referência em oftalmologia na capital paulista, identificou o primeiro caso de paciente com confirmação para a doença a partir de exame de coleta ocular.
Quatro dias após o surgimento de lesões na pele, associadas a outros sintomas de monkeypox, como mialgia e cefaleia, um profissional de saúde, de 30 anos, que preferiu não se identificar, começou a apresentar também irritação ocular e lacrimejamento, quadro semelhante a uma conjuntivite.
Enquanto ainda aguardava o resultado do RT-PCR, exame que se baseia na coleta de material genético presente nas lesões características da doença, decidiu procurar atendimento oftalmológico.
O paciente foi encaminhado para coleta de material microbiológico dos olhos. Em pouco tempo, a confirmação do diagnóstico oftalmológico foi feita, assim como saiu o resultado positivo do RT-PCR.
Diversas situações podem estar presentes dentro da varíola dos macacos com manifestações oculares. Em razão do aumento do número de casos, recomenda-se ainda que os oftalmologistas incorporem a monkeypox como parte do diagnóstico diferencial quando chegarem aos consultórios casos semelhantes que apresentam manifestações oftalmológicas como conjuntivite, blefarite, ceratite ou lesões na córnea, por exemplo.
Covid-19
Em estudos realizados na China, na Itália e nos Estados Unidos aponta-se que a conjuntivite pode ser um sintoma raro do coronavírus. Ela pode aparecer em casos mais graves da doença, variando de 1% a 3% dos infectados.
Recentemente, a Academia Americana de Oftalmologia também fez um alerta sobre a conjuntivite ser um possível para a covid-19. Essa revelação foi baseada em três estudos distintos que convergiram no resultado ao analisar pacientes com conjuntivite e que foram diagnosticados com a covid-19.
Alergia
Coceira, lacrimejamento excessivo e irritação nos olhos estão entre os sintomas frequentes no outono e no inverno, e podem indicar alergia ocular —problema que atinge cerca de 20% da população, segundo dados do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia).
Um dos tipos de alergia ocular mais comum é a conjuntivite alérgica. Ela ocorre quando partículas de poluição, pó ou pólen geram inflamação da conjuntiva, membrana transparente que cobre o olho. Diferentemente das conjuntivites geradas por vírus ou bactérias, a alérgica não é contagiosa, pois está associada a uma atividade do sistema imunológico do próprio paciente, que reage a substâncias que entram em contato com os olhos.
*Com informações de textos publicados em 12/02/2019, 26/10/2019, 05/06/2022 e 31/08/2022.
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