Argila verde: há benefícios reais no uso? Veja o que já se sabe
Extraída de rochas vulcânicas, a argila é formada a partir da degradação e decomposição da rocha devido à exposição ao vento, água, apodrecimento de vegetação e agentes químicos ao longo dos anos. Há diversos tipos desse elemento que podem ser usados para as mais variadas finalidades, inclusive para fins cosméticos e terapêuticos, como é o caso da argila verde.
Rica em zinco e silício, esse produto possui a cor verde acinzentada graças a presença do óxido de ferro em sinergia com outros minerais presentes na argila, como quartzo, ilita e caolinita.
Para que serve a argila verde?
Muitos podem ser os benefícios desse produto, porém não existem ainda estudos científicos que apontem se, de fato, as benfeitorias são reais.
Em 2020, a revista Faz Ciência, periódico semestral da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná) trouxe uma revisão de várias literaturas sobre as argilas, incluindo a verde.
A pesquisa chegou à conclusão de que a argila verde ajuda a controlar a quantidade de oleosidade da pele, sendo, inclusive, indicada para o tratamento de casos crônicos.
Além disso, ainda de acordo com a revisão científica, o produto melhora a circulação sanguínea, promove a eliminação de toxinas e descongestiona a circulação linfática.
Já outra publicação, feita na Reuni (Revista Científica do Centro Universitário de Jales), apontou que o uso da argila verde pode contribuir no tratamento para dermatite seborreica, uma inflamação que costuma afetar principalmente o couro cabeludo.
Isso porque o produto possui o poder de realizar a limpeza das células mortas do couro cabeludo devido sua ação adstringente, cicatrizante, antisséptica, secativa e bactericida.
E fique sabendo que a argila verde deve ser aplicada diretamente no couro cabeludo, já que nos fios não surtirá efeito algum.
Como usar a argila verde?
O produto pode ser utilizado na face, no cabelo e no corpo. "Existem várias formas comerciais de apresentação da argila verde: máscaras faciais e capilares, sabonetes, esfoliantes e protetor solar, além de poder ser encontrada na sua forma pura, em pó. Por isso, a maneira de utilização deve seguir as orientações de cada apresentação e do dermatologista", explica Esther Bastos Palitot, professora de dermatologia da UFPB (Universidade Federal da Paraíba) e médica dermatologista do HULW (Hospital Universitário Lauro Wandereley), vinculado à rede Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares).
Como fazer a aplicar a máscara de argila verde
Em primeiro lugar, é preciso comprar o produto, que é vendido em casas de cosméticos no formato em pó. Em seguida, separe 3 colheres de sopa da argila verde e misture em 30 ml de água mineral até obter uma textura cremosa.
"Na hora de aplicar, seja no rosto, ou no corpo, antes de tudo, lave a pele com o sabonete que está acostumado. Depois, aplique a argila verde (misturada com água) na face ou no corpo e deixe agir por 15 minutos. Borrife um pouco mais de água para umedecer e massageie a região em que aplicou o produto. Retire suavemente com água. Para finalizar, use o hidratante de sua preferência. Pode repetir esse processo duas vezes na semana", ensina Luciana Neder, especialista em dermatologia e professora do departamento de clínica médica da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso).
Atenção ao comprar a argila verde in natura
De acordo com a especialista, é preciso ficar atento ao adquirir o produto em pó, isso porque é primordial que a argila verde tenha passado por um processo de descontaminação, medida obrigatória exigida pela Anvisa.
"A razão para isso é que esse item de beleza deve estar livre de compostos tóxicos que poderiam ser nocivos para a pele, como metais pesados (arsênio, bário, cádmio, cromo, mercúrio e chumbo) e microrganismos", aponta Neder.
Ao tomar esse cuidado, é possível adquirir um ótimo produto, e assim, se beneficiar de todas as benfeitorias que a argila verde é capaz de proporcionar a pele e ao couro cabeludo.
Fonte adicional: Fabiane Mulimari, dermatologista, coordenadora do departamento de cabelos e unhas da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia) e professora de dermatologia da UFPR (Universidade Federal do Paraná).
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