Claudia Raia ovulou após realizar fertilização in vitro; isso é raro?
Em entrevista ao "Fantástico" (TV Globo) ontem (25), a atriz Claudia Raia detalhou como descobriu que estava grávida do terceiro filho, aos 55 anos. Ela contou que passou por uma FIV (fertilização in vitro), que não deu certo. No entanto, após parar a terapia hormonal, sua médica informou que ela tinha voltado a ovular, algo raro após o tratamento e que poderia viabilizar a gestação.
Mesmo assim, ela conta que não teve esperanças de engravidar. "Juro que não [tive esperança], porque eu achei o que a gente sempre pensa: 'Meu óvulo de 55 anos já não serve para muita coisa'. Tinha desistido, fui viajar com os meus filhos, pulei no mar, peguei bolsa pesada, subi ladeira, desci ladeira, malhei, fiz aula, pintei o cabelo", contou Claudia Raia à jornalista Renata Ceribelli.
Ao retornar ao consultório, a atriz fez uma bateria de exames, que apresentaram alterações. E, então, a médica pediu um exame Beta HCG, que confirmou a gravidez.
Claudia Raia engravidou após a menopausa, período em que há um processo de falência ovariana, quando as glândulas não respondem à ação dos hormônios. A fertilização in vitro, processo em que óvulo e espermatozoide são associados em laboratório e o embrião já formado é colocado no útero, depende justamente de uma terapia hormonal que, entre outras funções, prepara o endométrio (tecido que reveste o útero) para receber o embrião.
"Nesse preparo, ela usou hormônios que podem fazer uma 'redefinição' no ovário. Em algumas mulheres, de maneira rara, isso faz com que o ovário crie folículos. Eles, vistos primeiro em ultrassom, ovularam e ela conseguiu a gravidez natural", descreve Daniel Suslik Zylbersztejn, coordenador médico do Fleury Fertilidade. "Como o embrião não foi transferido, a medicação foi liberada, mas desencadeou recrutamento folicular não esperado, que liberou o óvulo."
Ovulação pós-fertilização é rara
Segundo Zylbersztejn, a ovulação após fertilização é bastante rara. "Mas biologia não é matemática, depende de cada organismo, mesmo que não seja o esperado", comenta o especialista em reprodução humana.
O médico explica que isso é uma consequência pessoal, ou seja, não é um dos objetivos do tratamento para aumentar a fertilidade. "É algo não programado, ao acaso", diz.
O próprio obstetra que acompanha a atriz, José Bento de Souza, também afirmou ao "Fantástico" que o caso dela é uma exceção. "É muito fora da média, não é pouco não", afirmou.
Claudia disse que congelou óvulos aos 48 anos, o que também é considerado raro, afirma Zylbersztejn. Na maioria dos casos, a recomendação é realizar o procedimento por volta de 35 anos, para preservar a integridade do óvulo. "Para fazer isso aos 48 precisa ser uma mulher fora da curva do ponto de vista de potencial reprodutivo", diz o médico do Fleury Fertilidade. A atriz também lembrou durante a entrevista que a sua mãe, Odette Motta Raia, a teve aos 45 anos.
No Brasil, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) registrou em 2020 o nascimento de 1.001 crianças com mães acima de 50 anos, de um total de 2.728.273 nascimentos no ano.
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