Anda estressado? Cuidado! Tensão prejudica proteção do corpo contra doenças
É natural que, à medida que envelhecemos, nosso sistema imunológico vá perdendo força, aumentando os riscos de problemas de saúde relacionados à idade. No entanto, um estudo publicado em junho no periódico PNAS mostra que o estresse é um fator que pode acelerar esse envelhecimento e, portanto, prejudicar a defesa do organismo.
Segundo Eric Klopack, do departamento de gerontologia da Universidade do Sul da Califórnia (EUA) e um dos autores do estudo, com o passar do tempo, nosso corpo tem uma resposta menos coordenada a novas ameaças porque produz diferentes tipos de células imunológicas em proporções diferentes do que quando somos mais jovens. "Além disso, células imunes mais velhas e desgastadas tendem a dominar as mais novas e ágeis, resultando em uma resposta imune menos robusta", diz.
A imunidade tem várias funções no corpo humano, como defesa contra diferentes tipos de infecções, regulação para evitar que ocorram doenças autoimunes e defesa para evitar o aparecimento de câncer. Para cada função, existe uma estratégia e células imunológicas específicas para desempenhá-la.
"O estresse atua reduzindo a resposta imune inata, que é a nossa primeira defesa (com a qual já nascemos), e a resposta imune adaptativa (aquela adquirida após o contato com os patógenos, como através das vacinas), desempenhada pelos linfócitos e anticorpos contra vírus, bactérias e tumores", afirma a imunologista Fabiana Mascarenhas Souza Lima, do Hospital Alemão Osvaldo Cruz.
Além disso, a função regulatória para evitar o desenvolvimento de autoimunidade também é prejudicada pelos hormônios do estresse, como cortisol, adrenalina e noradrenalina. "O estresse inibe diversos sinais, conhecidos como citocinas, que permitem que as células do sistema imune se multipliquem e desempenhem a sua função", acrescenta.
Já o funcionamento inadequado do sistema imunológico pode resultar no aumento da susceptibilidade a infecções por microrganismos, como vírus e bactérias. É o que acontece com a vendedora Claudia Guedes, 37, de Santa Catarina, todo final de mês. "O estresse do fechamento faz com que eu sofra frequentemente com a manifestação de herpes labial", conta.
O estresse crônico e a inflamação elevada podem resultar em outras sérias consequências para a saúde, incluindo doenças cardiovasculares, diabetes e câncer. "Não podemos esquecer do efeito indireto no sistema imunológico, pois está associado a estratégias não saudáveis para reduzir o estresse, como beber e fumar", alerta Daniela Santoro Rosa, professora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Reforçando o sistema imunológico
Uma maneira de prevenir o envelhecimento das células imunes é estar atento aos hábitos pouco saudáveis. Para Mariela Silveira, médica nutróloga e diretora clínica do Kurotel - Centro Contemporâneo de Saúde e Bem-Estar, devemos usar o estilo de vida como uma ferramenta necessária e fundamental para a mudança.
"A regulação dos hormônios de estresse e modulação de neurotransmissores podem ocorrer quando se sai do sedentarismo e passa a fazer exercício físico de forma regular. Também há muitas evidências de que a redução do cortisol pode acontecer com técnicas complementares de relaxamento, como tai-chi, ioga, meditação", afirma.
Além disso, segundo ela, alimentos anti-inflamatórios e adaptógenos (compostos naturais capazes de aumentar a resistência do corpo) podem facilitar a mcirobiota intestinal, síntese de neurotransmissores e serem coadjuvantes na melhora do estresse e ansiedade.
A seguir, a especialista lista algumas dicas para o gerenciamento do estresse:
- Organize sua agenda para ter pelo menos cinco horas semanais para ócio ou atividade de lazer;
- Durma quando está escuro e acorde quando está claro, um achado que se mostrou ter efeito na regulação de melatonina e outros hormônios;
- Pratique exercício físico regularmente, no mínimo 150 minutos na semana;
- Passe pelo menos 10 minutos por dia na natureza;
- Beba cerca de dois litros de água ao dia;
- Evite excesso de açúcares e frituras;
- Aumente o consumo de alimentos antioxidantes e anti-inflamatórios, de preferência tendo cinco porções de vegetais ao dia;
- Amplie o repertório de temas e de criatividade, leia livros ou assista a séries interessantes com conteúdos que elevem seu bem-estar;
- Medite diariamente e cultive momentos de silêncio, apenas se atentando a sua respiração;
- Cultive a espiritualidade --seja qual for sua religião.
E, caso um suporte adicional seja necessário, o tratamento com psicólogo pode ajudar a identificar os desafios que afetam a vida diária e desenvolver técnicas de relaxamento, respiração e outras estratégias comportamentais cognitivas que auxiliem no bem-estar físico e mental, segundo Daniela Santoro Rosa.
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