Linhas da palma da mão podem indicar problemas de saúde? Saiba mais
Para quem acredita na quiromancia (leitura das mãos), cada linha presente nas palmas —o que inclui seu tamanho, direção e visibilidade— carrega significados relacionados com diferentes aspectos da vida, seja do passado, presente e futuro, e, assim, poderiam ser interpretadas.
Começando de cima para baixo, a primeira linha corresponderia ao coração e emoções e sentimentos pessoais. Abaixo dela, a segunda linha seria a da cabeça, representando o cérebro e a mente (funções neurológicas e parte psicológica). E, em seguida, viria a linha da vida, que como o nome sugere teria a ver com longevidade e cuidados gerais com a própria saúde.
Mas, o que os médicos dizem a respeito? Existe alguma conexão entre essas linhas com os órgãos e a saúde? Descubra, a seguir, se há algo de ciência nas linhas.
Sim, linhas têm um propósito
Como a quiromancia é tratada na literatura científica como pseudociência ou superstição, seu conhecimento sobre as linhas das mãos carece de confiabilidade. Para a medicina, as linhas, ou pregas palmares, têm uma serventia muito mais funcional. Dão flexibilidade às mãos para abrir e fechar e segurar coisas, estando presentes também nos primatas como um traço evolutivo.
Servem também para as mãos serem alongadas, sem que a pele delas seja muito esticada, e anatomicamente se dividem em três tipos relevantes (superior, média e inferior), responsáveis pela formação da letra "M" nas palmas e presentes desde o nascimento. Mas nada impede o surgimento de outras linhas menores e mais finas, em decorrência de movimentos adquiridos.
Fora as mãos, as linhas também estão presentes em partes do corpo dobradas com bastante frequência. É o caso do lado de dentro dos dedos, pulsos, dobra dos joelhos e antebraços e planta dos pés, que assim como as mãos podem ser úteis para segurar. Enquanto macacos agarram galhos, humanos podem usá-los para pegar, por exemplo, lápis caídos no chão.
Servem para indicar doenças
As linhas, ou melhor, uma única linha da palma da mão também pode revelar doenças, assim que a criança nasce. É o caso da prega palmar transversal única, ou prega simiesca, cuja origem não é muito bem esclarecida. Ela cruza a mão horizontalmente de um lado a outro e é formada pela junção —e consequentemente desaparecimento— das três pregas palmares já citadas.
É um sinal associado com uma variedade de síndromes, tais como: síndrome de Down (ou trissomia do cromossomo 21), síndrome de Aarskog, síndrome de Cohen, síndrome de Turner (todas também anomalias genéticas e raras), síndrome do alcoolismo fetal (decorrente do consumo de álcool durante a gravidez), além de outras semelhantes a distúrbios hormonais.
Essa linha está presente em metade das pessoas diagnosticadas com síndrome de Down e em cerca de 5% a 10% da população em geral ou com más formações. Apesar disso, não produz nenhum sintoma, nem representa nenhuma complicação e por isso não é tratável. Embora, sem as demais linhas, não haverá tanta facilidade no movimento das articulações das mãos.
Outras formas de interpretar as mãos
Normalmente, os médicos avaliam e baseiam seus diagnósticos clínicos pelo que observam, escutam de seus pacientes e percebem pela palpação, ou então por testes de amplitude de movimento, força, compressão e calor das mãos. Também podem pedir por exames, como os de imagem, e, às vezes, realizarem pequenos procedimentos, como puncionar articulações.
Problemas nas mãos estão mais relacionados a deformidades, infecções, traumas, distúrbios envolvendo nervos ou vasos sanguíneos. Mas por meio delas, segundo estudos científicos recentes, daria para avaliar também a saúde do coração.
Foi observado que uma melhor força muscular, medida pela firmeza do aperto de mão, pode estar associada a menos alterações cardiovasculares, declínio funcional e risco de morte prematura, por infarto, por exemplo.
De quebra, os autores também traçaram uma relação entre as mãos e a saúde neurológica. Enquanto um aperto de mão fraco, sem força e de poucos segundos pode indicar que o cérebro está recebendo informações sobre o coração com dificuldades, um aperto forte, denota o contrário e que doenças, como AVC (acidente vascular cerebral), estão menos associadas a esse gesto vigoroso.
Fontes: João Vicente da Silveira, cardiologista do Hospital Sírio-Libanês (SP); Júlio Pereira, médico pela UFBA (Universidade Federal da Bahia) e neurocirurgião; e Wendell Uguetto, cirurgião plástico da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica) e do Hospital Albert Einstein (SP).
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