Ludmila Dayer tem esclerose múltipla; conheça primeiros sinais da doença
Conhecida por participações nas temporadas de 1995 e 2000 de "Malhação" (TV Globo), a atriz Ludmila Dayer, 39 anos, anunciou nesta quinta-feira (29) que foi diagnosticada com esclerose múltipla. Em live no Instagram, a empresária contou que alguns dos primeiros sintomas que fizeram com que ela procurasse um médico foram problemas na visão e na cognição.
"Era um sintoma atrás do outro e, por isso, fui procurar o médico. Não conseguia enxergar direito, minha fala não acompanhava os meus pensamentos, tinha problemas de memória e muitas dores no corpo. Ia de um cômodo para o outro e não lembrava o que tinha ido fazer", afirmou. Ela disse que demorou quase um ano para receber o diagnóstico.
A esclerose múltipla é uma doença crônica, progressiva e autoimune que causa lesões nas membranas que envolvem certos neurônios (a chamada mielina). O distúrbio afeta 2,3 milhões de pessoas em todo o mundo e é considerado a doença mais comum do sistema nervoso central.
De acordo com a MS International Federation, a condição é mais comum entre as mulheres e os jovens, mas pode se manifestar em qualquer idade, inclusive na infância. Em quase 10% dos casos, a manifestação da enfermidade ocorre antes dos 18 anos, e ela é também mais frequente em populações de origem europeia (caucasiana).
Até o momento, não existe cura para a esclerose múltipla, mas a condição pode ser gerenciada por meio de terapias medicamentosas e mudanças no estilo de vida.
Quais são os sintomas da esclerose múltipla?
A esclerose múltipla acontece quando, por uma ação errada do sistema imunológico, a bainha de mielina (capa de gordura que envolve os nervos) passa a ser atacada. Isso prejudica a condução dos estímulos nervosos, e a pessoa pode manifestar uma série de sintomas, a depender da área do sistema nervoso central afetado.
As manifestações mais comuns incluem a perda de visão em um dos olhos, dor local, prejuízo nos movimentos (como dificuldade para caminhar) e formigamento nos braços e pernas, além de alterações na fala e na função cognitiva, e perda de sensibilidade no corpo (temperatura, tato e equilíbrio).
Na maior parte das vezes, os sintomas tendem a aparecer entre os 20 e os 50 anos de idade, especialmente entre as mulheres.
São sintomas que acontecem ao longo de semanas, e que podem desaparecer e depois voltar espontaneamente. Além disso, eles podem ser facilmente confundidos com os de outras doenças, o que, muitas vezes, atrasa o diagnóstico.
Nem sempre se chega ao diagnóstico de esclerose múltipla na primeira consulta e cabe ao médico generalista —geralmente o primeiro profissional a atender esse tipo de queixa— conhecer o conjunto de sinais e sintomas da condição.
O diagnóstico é feito por meio da análise dos sintomas e de exames como os de sangue e líquor, além da ressonância magnética do crânio e da coluna cervical.
O que causa a doença?
A maioria das pessoas diagnosticadas com esclerose múltipla teve contato com o vírus EBV (Epstein-Barr), causador da mononucleose, em algum momento da vida. Segundo a atriz Ludmila Dayer, a principal suspeita é de que a doença tenha sido desencadeada por esse vírus —o mesmo que provocou sintomas de esclerose em outros artistas, como Claudia Rodrigues e Guta Stresser.
Estudo divulgada pela revista científica Science em janeiro deste ano calculou que o risco de desenvolver a esclerose após ter tido contato com o vírus EBV aumenta em 32 vezes. Ainda não existe uma relação confirmada de causa-efeito, mas a pesquisa norte-americana demonstra um gatilho entre o vírus e a doença.
Acredita-se, no entanto, que o vírus não seja, por si só, responsável pela condição. Isso porque sabe-se que 90% da população tem contato com o Epstein-Barr e nem todo mundo desenvolve esclerose múltipla. O agente infeccioso seria, na verdade, o fator desencadeante final, que os médicos chamam de "trigger".
Ou seja, outros elementos, ao interagir entre si, fariam a doença se manifestar, incluindo:
- Genética - predisposição como característica de facilitação para a doença;
- Histórico familiar - 5% de pessoas com EM têm um irmão com a doença, e 15% têm parente próximo acometido por ela;
- Ambiente - menor incidência do sol, baixos índices de vitamina D, além do tabagismo passivo ou ativo;
- Dieta - ainda não está muito clara a relação com a EM, mas há indícios de que dietas com alto teor de sódio e pobres; em ácidos graxos ômega 3 podem ter um papel no processo.
Até o momento, o que se sabe é que os vírus mais envolvidos na "operação final" para a manifestação da doença são o Epstein Barr e o citomegalovírus.
Como funciona o tratamento?
Os tratamentos disponíveis atualmente para a doença envolvem desde medicamentos imunossupressores — que diminuem a agressão do sistema imunológico à bainha de mielina — a medidas não farmacológicas.
No segundo caso, controle do estresse e manutenção de hábitos saudáveis, como alimentação adequada e exercícios físicos regulares, ajudam a controlar a evolução da doença. Não fumar é outra recomendação para quem foi diagnosticado com a condição.
*Com informações de reportagens publicadas em 28/07/2020 e 05/04/2022.
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